Irã quer continuar negociação nuclear sem renunciar a seus direitos
O Irã reafirmou neste domingo (18) seu desejo de chegar a um acordo final com as seis potências mundiais do Grupo 5+1 (os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU mais a Alemanha) sobre seu programa nuclear, sem cruzar as "linhas vermelhas" de seus direitos inalienáveis a desenvolver a energia atômica com fins pacíficos.
Publicado 19/05/2014 07:32
O vice-chanceler e membro da equipe negociadora iraniana Abbas Araqchi qualificou como ridículo reduzir a capacidade da planta atômica de Arak e defendeu manter invariável a natureza do reator de água pesada nessa instalação que se destina à produção de remédios.
Segundo Araqchi, é possível eliminar as preocupações do Grupo 5+1 com respeito à planta de Arak mediante o uso de tecnologia e produção de plutônio em um nível mínimo, mas mantendo a natureza da usina.
Eliminar preocupações e debater como implementar as mudanças são os temas de discussão com o G5+1, apontou o vice-ministro de Relações Exteriores para Assuntos Legais e Internacionais.
Araqchi enfatizou, em entrevista com o canal 2 da estação de televisão estatal IRIB, que reduzir a capacidade da planta de Arak, que hoje gera 40 megawatts, é "ridículo".
Considerou que os quatro dias de conversações que se concluíram na sexta-feira (16) em Viena com o G5+1 foram muito difíceis e as divergências persistem. "Precisamos de tempo para chegar ao acordo final", indicou, ao lembrar que nas três rodadas anteriores foi necessário mais discussões, diálogo e iniciativas.
Em sua opinião, atualmente os pontos de vista das duas delegações "não estão próximos" porque antes foram debatidos assuntos essenciais e agora "estamos enfrentando muitos temas diferentes para alcançar o acordo final, motivo pelo qual é necessário realizar mais reuniões".
Durante os quatro dias de conversações em Viena, foram de essencial importância os intensos diálogos tanto no nível do chefe da delegação iraniana, o chanceler Mohammad Javad Zarif, e da titular de política exterior da União Europeia, Catherine Ashton, como nas instâncias de vices e especialistas.
Esses diálogos foram realizados de forma bilateral, trilateral e multilateral, afirmou, para assim ratificar a vontade da República Islâmica do Irã de continuar com esse processo, apesar de ter sublinhado que "nossa linha vermelha na negociação é manter os direitos iranianos no tema da energia nuclear".
Por seu lado, o assessor do líder supremo da Revolução Islâmica para Assuntos Internacionais, Alí-Akbar Velayati, considerou que o Irã deseja avançar nas negociações com as potências ocidentais e desde o começo assegurou estar pronto para se envolver em conversações construtivas.
O também chefe do Centro para Investigações Estratégicas do Conselho de Especialistas do Irã explicou, no entanto, que a nação persa "não espera pela permissão de ninguém em seus esforços para proteger seus direitos inalienáveis à tecnologia nuclear", daí a firmeza de suas posições.
Prensa Latina