Manmohan Singh despede-se do cargo de primeiro-ministro da Índia

O primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, prepara-se para deixar o cargo, após as eleições concluídas nesta sexta-feira (16). Para despedir-se, disse que deu o seu melhor “pela prosperidade do país” e desejou êxito ao novo governo, do premiê eleito Narendra Modi. Em um breve discurso transmitido neste sábado (17) pela televisão nacional, Singh, que foi chefia o governo desde 2004, disse aceitar “com humildade” a decisão do povo de eleger Modi e o seu Partido Popular Indiano (PPI).

Índia - PTI / The Indian Express

Singh deu as declarações pouco antes de participar da última reunião com o seu gabinete e de entregar o cargo de primeiro-ministro ao presidente Pranab Mukherjee. Os mandatos de premiê têm a duração de cinco anos.

Na sexta-feira, após a oficialização dos resultados das eleições gerais indianas, o nacionalista PPI de Modi foi anunciado como eleito para mais de metade dos assentos na Lok Sabha, a Câmara Baixa do Parlamento.

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A força que recebeu menos votos foi a Aliança Unida Progressista, com 61 postos, no que cientistas políticos classificaram como um voto de castigo pelas más perspectivas da economia nacional e os escândalos de corrupção.

Mesmo assim, Singh afirmou que “nos últimos 10 anos, conquistamos muito, e o país está melhor em diversas frentes,” mas admitiu que, “em outras, devemos avançar juntos.” O premiê que se retira também comentou que a Índia, integrante das maiores economias emergentes no mundo, terá excelentes resultados se combinar a tradição com a modernidade, a cultura e a vontade. A sua ascensão enquanto potência relevante “é uma ideia cujo tempo já chegou,” disse.

O país compõe o grupo Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), caracterizado pelas economias emergentes que têm crescido significativamente nos últimos anos, mesmo em tempos de crise financeira e econômica internacional, enquanto é classificado como o “motor da economia global”.

Singh tem 81 anos de idade e foi reeleito em 2009, mas, desde o início das campanhas para as eleições que se encerraram na sexta, informou que não concorreria para um terceiro mandato. Seu partido é o Congresso Nacional Indiano, liderado por Sonia Gandhi e que se classifica como de centro-esquerda, parte da Aliança Progressista, ligada à Internacional Socialista.

O novo primeiro-ministro, Modi, integra um partido que se define social-conservador, de direita, e compõe a Aliança Nacional Democrática, uma coalizão com pouco mais de 10 partidos. Os EUA negaram o pedido de visto de Modi em 2005, por causa dos conflitos sectários em Gujarat, em 2002, quando mais de mil pessoas, a maioria muçulmanos, morreram. Nesta sexta, porém, o presidente Barack Obama telefonou para parabenizá-lo e a Casa Branca disse que lhe daria um visto. Modi deve prestar juramento para ocupar o cargo na quarta-feira (21).

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias