Ex-premiê de Israel é condenado à prisão por corrupção
Ehud Olmert, ex-primeiro-ministro de Israel (2006-2009), tem mais pelo que responder além dos crimes de guerra cometidos durante a operação militar Chumbo Fundido contra a Faixa de Gaza (no fim de 2008 e início de 2009) e durante a Guerra contra o Líbano, em julho de 2006. Olmert acaba de ser sentenciado, nesta terça-feira (13), a cumprir seis anos de prisão pelos escândalos de corrupção em que esteve envolvido.
Por Moara Crivelente, da Redação do Vermelho
Publicado 13/05/2014 12:34
“Um funcionário público que aceita subornos é semelhante a um traidor,” disse o juiz David Rozen em suas declarações iniciais, no tribunal em Tel-Aviv, nesta terça, de acordo com o jornal israelense Ha’aretz. Olmert foi condenado por duas acusações de corrupção, no caso que ficou denominado “Terra Santa” (Holyland).
O ex-premiê ocupou o cargo de 2006 – após o derrame e o coma de Ariel Sharon, também responsável por inúmeros crimes de guerra – a 2009, quando foi sucedido por outro falcão da ocupação israelense sobre a Palestina, Benjamin Netanyahu. Ainda assim, é considerado, em Israel, um dos que mais trabalharam por uma solução com os palestinos, desde a sua posição “centrista”.
Em março deste ano, Olmert foi julgado culpado por aceitar subornos quando foi prefeito de Jerusalém – irregularmente denominada por Israel a capital, após a anexação da porção palestina, através de uma lei aprovada em 1980. A moeda de troca do ex-prefeito e ex-premiê foi o apoio ao empreendimento imobiliário do projeto residencial “Parque Terra Santa” (Holyland Park), também sob investigação por lavagem de dinheiro.
O caso tem sido descrito como um dos maiores escândalos de corrupção na história de Israel e resultou na primeira condenação penal de um antigo chefe de governo do país. Dos 13 réus, três foram absolvidos e 10 condenados, inclusive Olmert e outro ex-prefeito de Jerusalém, Uri Lupolianski (2003-2008).
Além da sentença de prisão, o ex-premiê foi multado em um milhão de shekels (R$ 642 mil), mas disse que vai recorrer das decisões à Suprema Corte. Apesar da sentença, escreve o Ha’aretz, que publicou outros artigos neste sentido, o juiz elogiou Olmert por seu trabalho para o “bem público”, dizendo que o ex-premiê é “um homem impressionante, gentil e muito inteligente que sabe convencer” e que “deu uma grande contribuição ao país”.
entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. O uso de munições com fósforo branco
em áreas habitadas foi denunciado pela ONU e por várias ONGs de direitos humanos.
“Este é um homem que esteve no topo do mundo – serviu como primeiro-ministro, o cargo mais importante, e de lá alcançou a posição de um homem condenado por ofensas penais,” continuou o juiz, no que poderia ser a sentença pelos crimes de guerra cometidos pelas forças e pelo governo israelense em sua gestão, contra os palestinos e contra a resistência libanesa.