Delegação do PCdoB visita a embaixada da Guiana
A República Cooperativa da Guiana tem uma história muito particular em relação a outros países caribenhos. É um dos únicos países do mundo em que a característica da cooperação está consagrada na própria denominação nacional. É membro da Comunidade de países do Caribe (Caricom), cuja sede fica na capital da Guiana, Georgetown, e também é membro pleno da Unasul, União de Nações Sul-Americanas e membro associado do Mercosul.
Publicado 10/05/2014 17:04
Tornou-se independente do Reino Unido em maio de 1966, proclamando-se uma República em 1970. O país é dirigido hoje pelo Partido Progressista do Povo, o PPP, e tem como presidente Donald Ramotar, que visitou o Brasil em abril de 2012.
Com o objetivo de estreitar as relações de amizade e cooperação com o vizinho país sul-americano e caribenho que faz fronteira com o Brasil, nos estados de Roraima e do Pará, o secretário de Relações Internacionais do PCdoB, Ricardo Alemão Abreu, visitou, na ultima terça feira (6) a Embaixada da Guiana, dirigida pela Embaixadora Merlin Udho. Presentes ao encontro estiveram o deputado estadual do PCdoB do Rio Grande do Sul, Raul Carrion, e o jornalista Pedro de Oliveira, membro da Assessoria da Presidência Nacional do PCdoB.
A embaixadora Merlin Udho fez um relato pormenorizado da evolução política de seu país nos últimos 60 anos, tendo como referência a trajetória de seu partido o Partido Progressista do Povo, que foi fundado em 1946, em Georgetown. Este partido foi muito influenciado, na época, pelo pensamento de Mahatma Gandhi, o líder indiano pacifista e protagonista da independência da Índia, e com igual força o PPP recebeu o impacto das ideias dos movimentos pelos direitos civis nos Estados Unidos. Com a vitória eleitoral do Partido Progressista do Povo em 1953, 1957 e 1961, teve início o processo de independência do Reino Unido, concluído em 1966. O país, no entanto, permaneceu como membro da Comunidade Britânica, a Commonwealth.
A curta história do país caracterizou-se por grandes tensões étnicas, que foram estimuladas pelos serviços secretos dos Estados Unidos, a CIA, para dividir o pais e tentar impedir que ele se estruturasse como uma sociedade mais avançada e conseguisse atingir a independência. A composição social e étnica da Guiana está formada aproximadamente por 43% de população de origem indiana, 35% de “afrodescendentes”, 10% de ameríndios, e ainda mestiços e pessoas “brancas”, de origem variada, como ingleses, chineses e outras origens europeias.
A Guiana é uma república democrática representativa indireta dividida em três poderes, o presidente é eleito pelo parlamento. O poder legislativo é unicameral com 65 representantes, o presidente pode dissolver a câmara e convocar novas eleições.
A economia da Guiana é ainda muito dependente do setor primário, que responde, sozinho, por mais de 30% do PIB do país. As principais atividades são a mineração, a exploração madeireira, a agricultura, a criação de gado e, em menor escala, a pesca. O item agrícola de maior importância é a cana-de-açúcar, seguida de arroz, mandioca e frutas. Na mineração, o destaque é a bauxita.
Com a construção da ponte sobre o Rio Tacutu, inaugurada em 14 de setembro de 2009, ligando o sul da Guiana ao norte do Brasil (Roraima), a economia guianense pode se fortalecer, devido à grande quantidade de produtos do norte brasileiro que poderiam, utilizando-se do porto de Georgetown, ser exportados para além-mar. Detalhe importante da cultura do país é que o índice de analfabetismo está em torno de 1%, um dos mais baixos da América Latina.
Após este relato sucinto da embaixadora, o secretário de Relações Internacionais do PCdoB mostrou um painel da situação atual do Brasil, do ponto de vista político, econômico e social, estabelecendo uma agenda com a Embaixada para aprofundar o conhecimento mútuo de ambos os países e programar relações mais constantes entre o PCdoB e as organizações políticas da Guiana.
Com informações da Secretaria de Relações Internacionais do PCdoB