Movimento Sem Terra faz série de manifestações em São Paulo

Em marcha há dois dias, os mais de mil sem terra que saíram de Itapevi no interior de São Paulo na última terça-feira (6) chegaram à capital paulista, onde permanecerão mobilizados até a próxima sexta-feira (9). Este ano a Marcha pela Reforma Agrária se chama “Luiz Beltrame”, em homenagem ao militante mais velho do movimento que em outubro completa 106 anos.

Marcha do MST em São Paulo - Luiz Felipe Albuquerque/MST

As mobilizações buscam pressionar os governos federal e estadual a agilizaram as políticas relacionadas à Reforma Agrária. Os militantes também pretendem dialogar com a população das cidades para esclarecer a importância da luta dos Sem Terra e denunciar o modelo extrativista do agronegócio.

“A classe trabalhadora da cidade precisa saber a importância que a luta dos camponeses tem nas suas vidas. Apenas com o nosso modelo de agricultura é possível produzir alimentos de qualidade, sem agrotóxicos, e que respeite o meio ambiente”, disse Neusa Paviato, da direção estadual do MST.

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Neuza alerta para os perigos dos alimentos transgênicos e muito contaminados com agrotóxicos. Os Instituto Nacional do Câncer (Inca) e a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) mostram um índice crescente dos casos de câncer no Brasil nos últimos anos, que está ligado ao uso de práticas nocivas no cultivo de alimentos.

Desde 2009 o Brasil é o maior consumidor de venenos agrícolas no mundo, segundo o Inca isso influencia diretamente no crescimento do quadro de doenças cancerígenas no país. A estimativa é que no próximo período aparecerão cerca de 400 mil novos casos de câncer por ano.

“Além disso, o inchaço dos grandes centros urbanos e os atuais problemas ambientais que passamos também é culpa desse modelo agrícola, que expulsa os trabalhadores do campo levando-os às cidades e não respeita a biodiversidade, ao derrubarem toda a mata para plantarem as monoculturas de commodities”, concluiu Neuza.

Da redação do Vermelho
com informações da página do MST