ONU exige que golpistas ucranianos respeitem direitos humanos
O Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos exigiu nesta terça-feira (6) do governo de facto da Ucrânia que demonstre pleno respeito pela vida das pessoas e investigue os recentes atos de violência.
Publicado 06/05/2014 16:02
Em declarações à imprensa na sede da ONU, em Genebra, na Suíça, o porta-voz do Escritório, Rupert Colville, demonstrou preocupação com a escalada dos confrontos no sudeste do país, onde setores populares, sobretudo de fala russa, querem a federalização e não aceitam as novas autoridades impostas em Kiev.
Milícias resistem em várias cidades a uma ofensiva ordenada pelo autonomeado presidente interino Alexander Turchinov, que é apoiado por grupos neonazistas, os mesmos que em fevereiro passado derrubaram pela força o presidente eleito Víktor Ianukovitch.
"O governo deve ser avisado de as operações militares e policiais devem ser realizadas sob regulamentos internacionais. É extremamente importante que demonstre total respeito pelos direitos humanos e proteja rigorosamente os direitos humanos de todos, incluindo da população de fala russa", advertiu.
Colville solicitou investigações imediatas e transparentes sobre os atos de violência nas regiões de Odessa e Donetsk, que levaram à morte de dezenas de pessoas.
Em particular, o porta-voz se referiu ao assassinato de mais de 40 pessoas no incêndio provocado por neonazistas na Casa de Sindicatos de Odessa, onde, na última sexta-feira, os federalistas se refugiaram.
O porta-voz do Escritório do Alto Comissariado para os Direitos Humanos também pediu aos rebeldes no sudeste ucraniano que deponham as armas e desocupem os edifícios públicos.
Chamamos todas as partes a realizarem um grande esforço para encontrar uma saída pacífica à atual crise, fundamentalmente em cidades do sudeste, disse.
Para Colville, só um diálogo inclusivo pode baixar as tensões.
É urgente que esse processo ocorra, para o qual devem ser dados sérios passos destinados a abandonar a retórica e os discursos de ódio e confrontação, antes de que a situação escale e saia definitivamente de controle, sublinhou.
O porta-voz fez um chamado às autoridades a que permitam as manifestações pacíficas, "para que a população expresse seus temores e suas legítimas frustrações".
Com relação às eleições do dia 25 de maio, convocadas pelos golpistas, Colville considerou-as como uma oportunidade de começar a reconciliação e a estabilização da Ucrânia.
No entanto, setores que rechaçam as novas autoridades em Kiev consideram essas eleições uma farsa para legitimar a derrubada de um presidente constitucional.
Fonte: Prensa Latina