Nova política de defesa do Uruguai valoriza o papel da Unasul
O Uruguai considera o Conselho de Defesa da União das Nações Sul-Americanas (Unasul) um organismo de alto valor geopolítico para a consolidação da região como zona de paz e cooperação. Além disso, acredita na sua importância para preservação dos recursos naturais estratégicos e da biodiversidade, segundo a nova Política de Defesa Nacional, que acaba de ser aprovada pelo governo do presidente José Mujica.
Publicado 06/05/2014 14:51
O documento de 31 páginas, intitulado "Um Uruguai integrado à região e aberto ao mundo", dedica um importante capítulo ao contexto regional.
"Existe uma consciência geral de que o desenvolvimento regional ocorrerá se avançarmos em uma maior integração da infraestrutura produtiva, energética, econômica e comercial, aprofundando a cooperação em diversas áreas", aponta o documento.
O texto afirma ainda que a finalidade última desse processo é criar uma "coordenação entre todas as nações latino-americanas os instrumentos e mecanismos mais adequados, que nos permitam consolidar o entendimento e a cooperação de benefício mútuo em matéria de defesa".
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O Uruguai o considera Conselho de Defesa um instrumento latino-americano idôneo para a preservação da paz e da segurança, baseado na cooperação na área da defesa, marcado pela institucionalidade democrática e pelo papel da defesa como ferramenta a serviço da paz e do desenvolvimento mundial. O documento uruguaio afirma que este organismo, no marco da Unasul, "gera um espaço de diálogo político e coordenação de agendas regionais comuns neste campo".
Ele chama, por outro lado, a debater-se na OEA a pertinência do Sistema Interamericano de Defesa, a Junta Interamericana de Defesa, o Colégio Interamericano de Defesa e o Tratado Interamericano de Assistência Recíproca.
Em outro capítulo, intitulado "Os obstáculos que poderíamos enfrentar", o documento menciona cenários do período 2014-2030 que poderiam ter impacto no Uruguai, como a presença de potências extrarregionais nas Ilhas Malvinas, que afetem negativamente o Atlântico Sul como zona de paz e cooperação.
Da mesma forma, cita possíveis conflitos fronteiriços entre países da região constituem ameaças latentes, que debilitam o processo de integração, geram corridas armamentistas e colocam em perigo" a confiança mútua que veio sendo construindo nos países da Unasul".
Outra ameaça, segundo o texto, seria a provocado pela "apropriação e pelo controle indevido dos recursos estratégicos", incluídos os da Antártida.
Além dessas ameaças, o documento lista também a espionagem, os ataques cibernéticos, as guerras extracontinentais, os atos terroristas, o crime organizado, as pandemias, a deterioração do meio ambiente, as crises econômicas e a instabilidade democrática na região.
Fonte: Prensa Latina