Escândalos abalam a candidatura de Santos na Colômbia
Às vésperas das eleições na Colômbia, um par de escândalos recai sobre o atual presidente e candidato Juan Manuel Santos. Segundo denúncia da Procuradoria Geral, o mandatário teria feito uso irregular do orçamento público em favor de sua campanha eleitoral. Além disso, Juan José Rendón, um de seus assessores, renunciou na segunda-feira (5), após ter sido acusado por um traficante de drogas de receber 12 milhões de dólares para mediar com o governo a rendição de quatro chefes do tráfico.
Publicado 06/05/2014 11:30
De acordo com informações publicadas pela agência Prensa Latina, a Procuradoria Geral da colombiana solicitou que a Comissão de Acusações da Câmara de Representantes inicie uma investigação a Santos por "suposto uso irregular do orçamento e utilização da folha de pagamento oficial de entidades com o fim de favorecer a campanha de reeleição".As eleições na Colômbia estão previstas para o próximo dia 25 de maio.
A procuradora María Eugenia Carreño anunciou que o juiz constitucional deve definir se Santos incorreu em irregularidades ao se reunir com funcionários locais para lhes oferecer as “vagas indicativas” (posições gerenciadas pelos parlamentares para suprir necessidades de investimento em suas regiões).
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A Procuradoria abriu também uma investigação preliminar a um grupo de congressistas por suposto uso indevido do processo de contratação, manipulação da folha de pagamento oficial do governo e mau uso do orçamento recebido.
Tráfico de drogas e a mediação que custou o cargo do assessor
"Decidi renunciar voluntariamente ao meu cargo para não me transformar em um instrumento dos inimigos da paz, que buscam destruir a credibilidade do presidente", disse Juan José Rendón em um comunicado, através do qual negou as acusações de corrupção.
O venezuelano é um dos muitos assessores de Santos. De acordo com um traficante colombiano, Rendón teria recebido 12 milhões de dólares para mediar com o governo a rendição de quatro chefes do tráfico.
A revista Semana publicou no último sábado (2) um testemunho de Javier Antonio Calle Serna, um membro da gangue Rastrojos que se rendeu a autoridade dos EUA em 2012, dizendo ter pago 12 milhões de dólares a Rendón para que intercedesse junto ao governo para evitar a extradição dele e outros três traficantes para os EUA.
Santos disse a uma rádio local na segunda-feira (5) que Rendón transmitiu uma oferta de rendição dos traficantes em questão, mas que nenhum acordo foi alcançado porque os homens se recusaram a se entregar às autoridades. Em seu comunicado, Rendón disse que "nunca recebeu um centavo".
Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho,
Com informações da Prensa Latina e de agências de notícias