Dilma é aclamada pré-candidata do PT e de aliados
O 14º Encontro Nacional do PT inaugurado nesta sexta-feira (2) fez um inequívoco pronunciamento pela reeleição da presidenta Dilma Rousseff, que foi recebida pelos militantes e dirigentes do partido com o refrão “Um, dois, três, Dilma outra vez”.
Publicado 02/05/2014 23:02
Por proposta do presidente nacional da agremiação, Rui Falcão, Dilma foi aclamada pré-candidata à Presidência da República, indicação que será confirmada na convenção nacional eleitoral em junho próximo.
A presidenta declarou que recebe “a missão honrosa e desafiadora de ser a pré-candidata do PT à presidência da República”. Dirigindo-se ao ex-presidente Lula, Dilma disse que se tratava de um “ato simbólico, mais uma prova forte e contundente da nossa confiança mútua, do compromisso com o povo brasileiro, um compromisso inquebrantável”.
Dilma lembrou que quando Lula assumiu a presidência em 2003, o Brasil “era um e quando a deixou, era outro completamente diferente e muito melhor com imensa autoestima e grandes realizações”. A mandatária reiterou o que já tinha dito em outras ocasiões, que quando sucedeu Lula, sentiu o peso da responsabilidade, de realizar uma tarefa hercúlea.
Dilma defendeu as realizações dos governos de Lula e do seu próprio governo, assumiu o compromisso de continuar trabalhando em favor do povo brasileiro, das mudanças necessárias ao avanço do Brasil como nação democrática e soberana.
A presidenta defendeu a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil “A Copa é uma afirmação do Brasil. Somos o país do futebol”, ressaltou, ao participar. “É muito estranho que nós, que gostamos de futebol, que torcemos pelos nossos times, vibrando e sofrendo, que quando a Copa é aqui na nossa casa, nós não possamos aproveitar”. Ela manifestou a certeza de que o Mundial será um evento bem-sucedido. “Eu tenho a certeza de que a Copa será um sucesso”, enfatizou.
Dilma rebateu os ataques dos pré-candidatos oposicionistas sobre o reajuste de 10% do benefício do Programa Bolsa Família, anunciado na terça-feira (30) em pronunciamento no rádio e na TV. Segundo ela, é importante que “não fiquem as dúvidas levantadas pela oposição”. “Nós últimos três anos e quatro meses, nós implantamos três grandes melhorias [reajustes] do Bolsa Família que elevaram o benefício, em aumento real, descontada a inflação, de 44,3%”, disse.
No discurso perante o encontro do PT, a mandatária voltou a defender a reforma política. “Com esta reforma, tudo começa: a reforma política. Sem ela, nós não vamos conseguir a sociedade do futuro que o Brasil quer ver nascer”, declarou.
A presidenta lembrou o projeto enviado para o Congresso que pede uma consulta popular para a reforma. Na avaliação de Dilma, a participação da sociedade é fundamental para que o projeto avance no Legislativo, o que, segundo ela, é “algo estratégico e decisivo para o futuro da democracia no Brasil”.
Dilma entusiasmou a militância demonstrando energia e disposição para enfrentar o embate político da campanha eleitoral.
Lula: A candidata é Dilma
O ex-presidente Lula se encarregou de sepultar de uma vez por todas a ideia estapafúrdia do chamado “movimento volta, Lula”. “Precisamos parar de imaginar que exista outro candidato que não a Dilma. Enquanto brincamos com isso, os adversários tiram proveito. Se eu tivesse de ser candidato a alguma coisa, a primeira pessoa a saber seria a Dilma. Não podemos gastar energia com coisas secundárias, pois a campanha não vai ser fácil. Estarei inteiramente dedicado à campanha”, assegurou. A julgar pelos aplausos com que estas afirmações foram acolhidas, tudo indica que o “volta, Lula”, se tinha, não tem mais trânsito no PT.
Lula também fez uma consistente defesa dos legados do seu próprio governo e da presidenta Dilma, afirmando que nunca se fez tantas políticas sociais na história do Brasil.
Representantes de partidos aliados – PCdoB, PMDB, PSD, PP, PTB – se pronunciaram em favor da reeleição da mandatária.
PCdoB: Ir adiante
O presidente do PCdoB, Renato Rabelo, entusiasticamente aplaudido, disse que é oportuna a iniciativa do PT de expor e propor diretrizes para o programa de governo durante o 14º Encontro Nacional do partido. “A opinião do PCdoB é de que o momento exige o esforço de levar mais adiante a experiência do governo iniciado por Lula e hoje continuado pela presidenta Dilma”.
O líder comunista considera que depois de três mandatos exercidos pelas forças progressistas em ampla aliança com outros partidos, o Brasil atingiu uma nova etapa, o que torna necessário “ir adiante com as mudanças necessárias, o crescimento sustentado com distribuição de renda, a afirmação da soberania nacional e a integração continental”.
De acordo com o dirigente do PCdoB, é necessário agora definir um projeto atualizado com diretrizes fundamentais e plano de governo “para responder às novas exigências de uma sociedade que avançou e quer continuar avançando”. Renato Rabelo reafirmou a resolução do Comitê Central do Partido, reunido em fevereiro último, de lutar para “renovar a perspectiva e a esperança”. “É hora de começar e concluir reformas estruturais e democráticas importantes – reforma política democrática, que precisa da mobilização popular e uma estratégia de crescimento e democratização da mídia”, disse.
Tarefa prioritária
Por seu turno, o presidente do PT, Rui Falcão, disse que o encontro petista é “uma ocasião histórica para consagrar o que a militância do PT e os aliados já demonstraram em todo o país”, referindo-se ao lançamento da pré-candidatura da presidenta. Falcão também capitalizou o legado dos governos dirigidos pelo PT e partidos aliados: “Depois dos oito anos marcantes da gestão de Lula, o governo de Dilma consolidou as conquistas alcançadas e apesar da crise e do cerco midiático, promoveu avanços significativos”.
De acordo com Falcão, a tarefa mais importante hoje é a reeleição de Dilma, para realizar mais um mandato, ainda melhor que o atual, “com novos avanços e novos direitos, novas oportunidades reformas estruturais urgentes e imprescindíveis, aspirações não apenas do PT,mas da maioria do povo brasileiro”.
Da redação do Vermelho