Mantega: Inflação não vai ultrapassar teto da meta

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta terça-feira (29) na Câmara que, como tem acontecido há dez anos, este ano a inflação também não vai ultrapassar o teto do sistema de metas, que é de 6.5%. Para o crescimento econômico, Mantega afirmou que este ano deve ser de 2,3% mas que, a partir de 2015, voltará a crescer mais, chegando a 4% em 2016. Isso porque, segundo o ministro, a crise financeira internacional, que começou em 2008, está no seu final.

Guido mantega seminario - Camara dos Deputados

Mantega lembrou que, no período da crise, o Brasil cresceu 17,7%, enquanto outros países não cresceram nada ou cresceram muito pouco. Ele considerou como ganho permanente, o mais importante, a geração de mais de 20 milhões de empregos desde 2003. Para este ano, são esperados 1 milhão de empregos.

Outro dado que reforça a solidez do país, de acordo com Mantega, é o fato de o Brasil estar sempre entre os cinco países que mais recebem investimentos diretos de fora. Como desafios para o futuro, o ministro afirmou que é preciso investir em infraestrutura e inovação. Segundo ele, entre 1995 e 2002, o crescimento dos investimentos foi de 1% ao ano, em média, e de 2003 para cá esta média teria sido de mais de 6% ao ano.

Investimentos em infraestrutura

Números do governo apontam que as movimentações brasileiras no comércio exterior passaram de US$ 120 bilhões, há dez anos, para quase US$ 500 bilhões atualmente. “Isso significa que estamos importando e exportando muito mais e isso cria demanda sobre portos, aeroportos e rodovias. Portanto temos que aumentar oferta de infraestrutura, senão vira gargalo”, explicou.

Segundo o ministro, os investimentos incluem setores prioritários como o de construção civil, energia elétrica e petróleo e gás. Mantega voltou a rechaçar a posição de especialistas que afirmam que o governo prioriza o consumo sobre o investimento. “Isso é um equívoco”, garantiu. “Nos últimos 11 anos, (o investimento) cresceu 6,1% (taxa média anual). Estamos compreendendo (nessa conta) também o período de crise”, explicou.

Em uma apresentação montada para os parlamentares, o ministro destacou que, em 2007, a taxa foi 13,9% e em 2008, 13,6%. “Era uma prioridade e estava crescendo. Com a crise, caiu (a taxa de investimento), mas no ano passado cresceu 6,2%. Poucos países tiveram crescimento dessa estatura”, afirmou. “Investimento tem que crescer mais que consumo para que haja aumento de oferta maior que o de consumo”, completou Mantega.

Além dos setores de infraestrutura, Mantega disse que a receita do governo para retomar os níveis da economia anteriores à crise de 2008 também inclui investimentos em produtividade e inovação. “Temos que aumentar muito a inovação no setor privado e público. É fundamental, portanto, o investimento em capital humano, o aumento dos investimentos em educação para qualificação da mão de obra brasileira. E continuar expandindo o mercado interno que vai continuar crescendo conforme voltar o crédito, que está escasso para consumo”, disse.

No evento que ocorre na Câmara dos Deputados, o ministro disse que os investimentos em educação triplicaram nos últimos 11 anos. “Antes se investia muito pouco em educação. Agora, temos que correr para fazer, em cinco anos, o que não fizeram em 50”, disse. Mantega disse que os recursos dos royalties do pré-al ajudarão nessa meta.

Guido Mantega participa do seminário Brasil Novo, promovido pelas comissões de Finanças e Tributação; de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ); de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio; e do Código Comercial (PL 1572/11).

O presidente da Comissão de Finanças e Tributação, Mario Feitoza, disse que o objetivo é ouvir governo e empresários sobre o futuro da economia brasileira.

Da Redação do Vermelho, com agências