Congresso da UJS-BH elege nova diretoria da entidade
Ao participar do 10º Congresso da União da Juventude Socialista (UJS) de Belo Horizonte, no espaço de eventos da Feira Coberta do Padre Eustáquio, a deputada federal Jô Moraes recorreu a duas músicas para falar da força dos jovens para mudar, revolucionar: Tanto Mar, de Chico Buarque, e Coração de Estudante, de Milton Nascimento e Wagner Tiso. O que também contextualizou a data – 25 de abril – e a participação da juventude em importantes etapas da história portuguesa e nacional
Publicado 28/04/2014 14:02 | Editado 04/03/2020 16:49
“Foi bonita a festa, pá/Fiquei contente/Ainda guardo renitente/um velho cravo para mim./Já murcharam tua festa, pá/Mas certamente/Esqueceram uma semente/n’algum canto de jardim” cantou a parlamentar ao questionar se alguém, entre a mais de uma centena de estudantes, conhecia a música e a que ela se referia. “Hoje (25) os portugueses comemoram 40 anos da revolução que colocou fim ao regime ditatorial. A Revolução dos Cravos foi um movimento de liberdade e democracia que teve a participação decisiva da juventude, de jovens militares, junto com a população em geral, contra a política externa de colonização, contra o atraso e a opressão”, disse.
“Há 30 anos, em nosso país, a Câmara dos Deputados votava e derrotava a emenda que restabelecia as eleições diretas. Foram 289 votos a favor, 645 contrários e três abstenções. Mas assim como ocorreu em Portugal, a juventude reagiu, marchou, foi para as ruas e promoveu a mudança. “Já podaram seus momentos/ Desviaram seu destino/Seu sorriso de menino/Quantas vezes se escondeu/Mas renova-se a esperança/Nova aurora, cada dia/E há que se cuidar do broto/Pra que a vida nos dê Flor, flor, e fruto”, cantou sob aplausos e gritos dos secundaristas.
“A semente está aqui, na Feira Coberta. Já roubaram os direitos da juventude. Direitos à vida, à educação, ao emprego, ao futuro. Mas a resistência fez a chama da esperança prevalecer e vencer. Hoje, o capitalista ameaça o futuro dos jovens com o desemprego. Hoje, viabiliza-se uma ameaça aos direitos da juventude: O sonoro Não dado preconceito foi derrotado no Plano Nacional de Educação (PNE). Gente, retiraram a questão de gênero do Plano! Mas a juventude de Belo Horizonte está lutando, Viva a Juventude, Viva a UJS”, enfatizou.
Ocupar para mudar
“Precisamos ocupar as salas de aula para uma melhor qualidade de ensino. Precisamos lutar por empregos dignos, pela ampliação das conquistas. Precisamos ocupar para mudar as coisas”, conclamou, a dirigente da UJS, Laurinha Eli.
Com a palavra aberta, alunos se revezavam ao microfone para falar de problemas bem específicos das escolas públicas de primeiro e segundo graus: falta de professores, de materiais básicos, de muros ao redor de educandário e até de merenda suficiente e de qualidade para atender todos os estudantes.
Aos 13 anos, o aluno da 8ª série da Escola Estadual Pedro II, João Vitor, subiu ao palco para falar aos participantes: “Minha escola é muito bem estruturada. Mas isto não tem de ser só para um ou outro. A escola tem de ser de boa qualidade. Isto tem de ser um direito de todos os estudantes, sem exceção. Esta tem de ser a nossa bandeira, a nossa luta”, afirmou.
João Vitor também reivindicou bons hospitais nas cidades do entorno de Belo Horizonte para que “as pessoas doentes não tenham de ficar se deslocando pelas rodovias em busca de atendimento médico. Mas os hospitais têm de ser bons. A qualidade é muito importante”, reiterou.
Já a presidente da UJS, Luiza Lafetá, destacou a importância das lutas travadas, especialmente pela participação política, da necessidade de coesão para não haver dispersão e enfraquecimento.
Durante o evento, os participantes se dividiram em grupos temáticos para discutir e levantar propostas de enfrentamento, visando encaminhamento e solução das demandas e dos problemas elencados.
Fonte: Site da deputada federal Jô Moraes