Mudanças climáticas devem  impactar  produção de alimentos

O diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o brasileiro José Graziano da Silva, disse que os países precisam mudar para sistemas alimentares mais sustentáveis e se adaptar aos efeitos das mudanças climáticas, alertando que o fenômeno tem o potencial para remodelar o cenário de produção de alimentos do planeta.

Mudança Climática - Roberto Faidutti/FAO

O discurso foi feito no 7° Fórum de Agricultura em Menkes, Marrocos, nesta quinta-feira (24). Segundo o diretor-geral, os mais pobres do mundo são particularmente os mais vulneráveis. “Não só eles têm menos meios para reagir, mas também tendem a viver em áreas de produção já marginais, onde o impacto das mudanças climáticas na produção agrícola é sentida como uma extensão ainda maior”, acrescentou.

Lembrando que a ONU declarou 2014 como o Ano Internacional da Agricultura Familiar, José Graziano da Silva também destacou a agricultura familiar como uma ferramenta para o desenvolvimento e estabilidade rural.

“Ao fornecer apoio adequado para a agricultura familiar, nós podemos combater a insegurança alimentar, chegando a um grupo que é em si mesmo vulnerável”, disse ele.

Estima-se que 500 milhões de propriedades de agricultura familiar são responsáveis por cerca de 80% das participações do mundo, incluindo as famílias mais vulneráveis globalmente. Cerca de 70% de todos as famílias com insegurança alimentar em áreas rurais de países em desenvolvimento são de agricultura familiar.

Para o diretor-geral existe uma ampla gama de prioridades para o desenvolvimento, incluindo acabar com a fome, apoio à produção sustentável, redução da pobreza rural, melhoria dos mercados de alimentos e a construção de resiliência.

O diretor-geral da FAO e os ministros marroquinos da Agricultura e da Pesca Marinha e da Economia e das Finanças assinaram um acordo para apoiar projetos de segurança alimentar em outros lugares na África, através do programa Cooperação Sul-Sul da FAO, que combina fundos do governo e do setor privado.

Fonte: Rede Brasil Atual