Governo regula preços e busca socialismo produtivo na Venezuela
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou nesta quarta-feira (23) que será iniciada, na sexta-feira (25), uma nova inspeção massiva a todos os estabelecimentos comerciais do país para verificar se as margens de lucro definidas e os preços justos são respeitados.
Publicado 23/04/2014 10:04
"Vamos iniciar, no âmbito da ofensiva global de produção, abastecimento e preços justos, com milhares de inspetores, uma jornada nacional de inspeção de todos os estabelecimentos comerciais do país, com vistas ao cumprimento da Lei de Preços, para que sejam respeitados os preços dos bens de primeira necessidade", disse Maduro.
No último trimestre de 2013, o governo venezuelano iniciou uma série de fiscalizações a estabelecimentos comerciais. A estratégia do Executivo foi uma resposta contundente a chamada "guerra econômica", impulsionada por setores da burguesia com o objetivo de gerar o caos no país, através de sobrepreços, especulação e contrabando de mercadorias. Diante disto, Maduro instituiu uma Lei de Orgânica de Preços Justos e, na época, vários comerciantes precisaram fechar as portas para fazer o reajuste.
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Em um anúncio feito no programa de rádio "Em Contato com Maduro", o presidente afirmou que “quem brincar com a lei vai se dar muito mal”. Segundo ele, "há pessoas que não entenderam as mensagens de novembro e dezembro. Há perturbações induzidas por máfias que têm a ver com o contrabando".
Maduro fez também um chamado para que os empresários se adequem à lei em busca da construção do socialismo produtivo. “Nossa decisão é construir o socialismo produtivo diversificado na Venezuela e a base econômica do socialismo precisa ser muito poderosa”, assinalou o chefe de Estado.
O governo venezuelano procura "um ponto de equilíbrio no abastecimento de 50 produtos", cujos preços de venda ao público vão ser anunciados em breve. "Uns manterão os preços justos, outros vão baixar e outros vão subir", explicou o presidente, lembrando que a fixação de preços tem como propósito proteger o povo por meio de um sistema que estabelece mecanismos corretos que respeitam os processos produtivos e as cadeias de custos.
"O preço justo envolve não só o respeito para que os cidadãos tenham acesso aos produtos, mas também envolve a realização e a sustentação da atividade econômica desde aquele que produz até aquele que vende", disse ele.
Modelo socialista
A defesa do projeto socialista na Venezuela busca “a satisfação das necessidades do povo”, de acordo com Maduro. Em seu pronunciamento desta quarta-feira (23), ele lembrou que nos anos 1990 “aplicaram um modelo neoliberal” no país que resultou em 25% de desemprego, 60% de empregos informais, além de um alto índice de “desnutrição infantil e baixos índices de escolaridade”.
Maduro ressaltou que este cenário foi transformado de maneira positiva pela Revolução Bolivariana. “O modelo econômico social de produção e distribuição da riqueza criado pelo comandante Chávez demonstrou ser justo e necessário”, disse.
Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações da AVN e da Agência Brasil