Jornada de Lutas 2014. A força da juventude nas ruas
As manifestações de 2013 abriram um espaço incalculável às discussões políticas no Brasil. A população percebeu sua força e as redes sociais criaram um ambiente favorável ao debate e à organização de movimentos. Nos bares, nas universidades, no trabalho, também é notável que as questões sociais estão o tempo todo em discussão.
Publicado 16/04/2014 09:28
Para os estudantes de todo país não tem sido diferente. A II Jornada de Lutas da Juventude, que ocorreu entre 26 de março e 9 de abril, levou milhares às ruas em uma incansável batalha por mudanças no sistema de educação, tendo como bandeiras principais a aprovação do PNE (Plano Nacional de Educação), destinando 10% do PIB para a educação pública e a luta contra a mercantilização da educação, o fim do extermínio da juventude negra e também os 50 anos do golpe militar que, durante mais de duas décadas disseminou o terror pelo país, censurando, torturando e matando aqueles que lutaram pela democracia, dentre eles muitos estudantes.
A passeata na capital federal abriu a série de manifestações que reuniu estudantes, jovens da cidade e do campo, trabalhadores, feministas, juventudes partidárias e ecumênicas, coletivos LGBT, de cultura, meio ambiente e das periferias na linha de frente de grandes marchas Brasil afora.
No último dia (26), o Planalto Central, em Brasília, foi tomado pela Jornada de Lutas da Juventude Brasileira. Mais de 6 mil jovens marcharam pela Esplanada dos Ministérios com bandeiras como a democratização da mídia, fim do extermínio da juventude negra e pedir mais verbas para a educação pública por meio da aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE), com a garantia de 10% do PIB do país investidos na educação pública. No mesmo dia, em São Paulo, milhares de estudantes tomaram a mais importante avenida do país e, com muito barulho, exigiram melhorias na precária educação da rede estadual e a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investigue as denúncias de corrupção no Metrô e na CPTM, onde há suspeita do desvio de mais de R$ 450 milhões durante as gestões de Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin (PSDB), entre 1998 e 2008. Já no Rio de Janeiro a concentração foi no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet), unidade Maracanã, às 14h. A juventude marchou até a Radial Oeste, tendo como bandeiras a regulamentação do ensino privado e a aprovação dos 10% do PIB para a educação.
Em Fortaleza (CE), a Jornada aconteceu dia 28/03, com uma intervenção sobre o “Plebiscito Popular por uma constituinte exclusiva e soberana do sistema político”, realizada pela Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab-UNE).
Em Chapecó, mais de mil estudantes e trabalhadores tomaram às ruas dia 28/3, para lutar contra a violência, por mais educação e transporte decente com qualidade, ciclovias e acessibilidade.
No último dia (1°/4 ) foi a vez de Porto Alegre marchar pela aprovação do Plano Nacional de Educação (PNE) e a realização de uma nova licitação para as empresas de ônibus que atuam na cidade, ampliação do passe livre para todos os estudantes e a Bolsa Jovem Rural, para garantir a presença do jovem no campo com uma educação de qualidade.
Em Recife, também dia 1°, os estudantes pernambucanos saíram às ruas para cobrar das autoridades maior atenção com a educação. Os manifestantes marcharam pela Avenida Conde da Boa Vista até a Rua da Aurora, em frente ao monumento “Tortura nunca mais”, onde foi realizado um ato em “descomemoração” dos 50 anos do golpe militar.
O último dia (2) foi a vez de Minas. A Jornada de Lutas da Juventude na capital mineira reuniu estudantes de BH, de cidades da região metropolitana e do interior. Uma das principais queixas dos estudantes é que o governo estadual faz uma forte propaganda midiática de um modelo de educação muito distante da realidade. Outra pauta importante das entidades estudantis é a criação do Fundo Social do Minério, que garante que os recursos dos royalties do minério sejam vinculados à educação em Minas Gerais.
Quem fez a Jornada de Lutas 2014
Fizeram parte da Jornada Nacional de Lutas da Juventude entidades estudantis, as juventudes do movimento social, dos trabalhadores (as), da cidade, do campo, as feministas, os negros e negras, as juventudes partidárias, religiosas, lgbt, dos coletivos de cultura e das periferias.
Fonte: União Nacional dos Estudantes