Rússia reage à maior presença militar dos EUA e da Otan no leste

O presidente da Rússia, Vladmir Putin, instou o estadunidense, Barack Obama, nesta segunda-feira (14), a evitar um conflito direto no leste da Ucrânia, segundo informações do governo russo. No mesmo dia, um navio de guerra estadunidense, o USS Donald Cook, atracou na Romênia, no Mar Negro. A deterioração do ambiente na região tem levado analistas internacionais a avaliarem a possibilidade de uma confrontação entre EUA e Rússia, embora o governo russo siga apelando à diplomacia.

Contratorpedeiro USS Donald Cook - Marinha dos EUA

A chegada do contratorpedeiro (“destroyer”) estadunidense ao maior porto romeno, Constanza, no Mar Negro, é uma soma à escalada da retórica e do posicionamento ocidental relativo à crise política na Ucrânia e os seus desdobramentos, como a declaração de independência da Crimeia para a reintegração à Rússia, aprovada em um referendo popular.

Os EUA e a União Europeia, envolvidos nas tensões políticas que sacudiram a Ucrânia desde o ano passado – e que resultaram na derrubada inconstitucional do governo para a tomada do poder por partidos neofascistas e neonazistas, prontamente reconhecidos pelo Ocidente –, acusam a Rússia de interferir na questão e de “anexar” a Crimeia, apesar dos apelos reiterados do governo russo aos diálogos entre as forças políticas em oposição na Ucrânia e os terceiros internacionais.

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Entretanto, se verifica o aumento exponencial da presença militar dos EUA e seus aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na região, com a retomada de um posicionamento retrógrado e de retóricas da Guerra Fria, como rechaçado pelas autoridades russas, contra quem os Estados Unidos já impuseram sanções, a serem intensificadas, de acordo com as pressões políticas no país.

O último episódio da movimentação militar foi o envio do contratorpedeiro USS Donald Cook, que costuma ficar baseado na base de Rota, na Espanha, dotado de um sistema de combate antimísseis, em substituição do navio similar Truxun, que estava no Mar Negro desde antes da escalada da crise na Ucrânia. O contratorpedeiro formará parte, junto com outros cinco navios do tipo, de um escudo antimísseis da Otan, a entrar em funcionamento a partir de 2015.

Protestos no leste da Ucrânia

Desde o sábado (12), as tensões entre o Ocidente e Moscou intensificam-se ante a acusação dos Estados Unidos contra a Rússia, alegando que o país está por trás do redimensionamento dos protestos no leste da Ucrânia, em continuidade da crise que não se aplacou com a tomada do poder pelas forças apoiadas pelo Ocidente.

Os manifestantes de várias cidades exigem a federalização do país, que pode ser levada a referendo e, em grande parte, não reconhecem a autoridade ou a legitimidade do governo interino. Muitos, ainda, pedem à integração à Rússia, que nega estar por trás dos protestos nas regiões majoritariamente habitadas por russos.

Para Putin, as autoridades deveriam “dirigir a sua atenção à formulação de uma nova Constituição que implique todas as forças políticas do país, crie um Estado federal e garanta à Ucrânia o estatuto de não alinhado” às potências ocidentais, ou seja, de país neutral, ao contrário da possibilidade de adesão à Otan.

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias