Mujica vai expôr "erros grosseiros" dos países ricos para Obama

O presidente do Uruguai, José Mujica, afirmou neste domingo (13) que quando se reunir com o líder americano, Barack Obama, no próximo mês na Casa Branca, assinalará os "erros grosseiros" que os países ricos cometem com a América Latina. 

Mujica vai expôr "erros grosseiros" dos países ricos para Obama - Reprodução

"Humildemente vou marcar os erros muito grosseiros que o mundo rico, começando pelos Estados Unidos, comete conosco", disse Mujica em declarações exclusivas ao Canal 4 de Montevidéu.
O líder uruguaio acrescentou que dialogará com Obama, que vai recebê-lo em Washington no dia 12 de maio, "sem ser agressivo, mas sem renunciar ao que penso".

Mujica, de 78 anos, foi um dos líderes da guerrilha Tupamaro e esteve preso durante 13 anos e em duras condições antes e durante a ditadura que governou no Uruguai entre 1973 e 1985.

Os Estados Unidos "devem se dar conta" que os latino-americanos "somos donos de nossa história" e "seja boa ou ruim", acrescentou. Na opinião de Mujica, atualmente "vivemos em um mundo muito complexo" que "necessita de tolerância" e isso representa "aprender a conviver com os que pensam diferente".

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"A democracia não pode impor o que pensa cada país", acrescentou. O líder uruguaio afirmou ainda que "o republicanismo real" é "respeitar a diferença".

Mujica se encontra entre os candidatos a figurar entre as 100 personalidades mais influentes do mundo, lista que anualmente é organizada pela revista americana Time. Antes de definir essa classificação, a revista realiza uma enquete via internet entre seus leitores e Mujica figura nessa lista.

No mês passado, o presidente do Uruguai anunciou que seu país, a pedido expresso de Obama, aceitou acolher seis presos do centro de detenção militar de Guantânamo, situado em Cuba.
Atualmente, a Chancelaria uruguaia e o Departamento de Estado dos Estados Unidos negociam a chegada dos presos que o Uruguai receberá em qualidade de refugiados ou imigrantes, informou recentemente o chanceler Luis Almagro.

Fonte: Agência EFE e Montevideo.com