André Machado fala sobre reforma da mídia na UFPel

A Reforma da Mídia, umas das principais pautas no Congresso Nacional, foi a pauta da palestra do jornalista André Machado para os alunos de jornalismo da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Machado atuou por mais de 17 anos na principal rádio do Rio Grande do Sul (Rádio Gaúcha) e deixou o veículo para filiar-se ao PCdoB em setembro de 2013. 

- Rafael Varella
Segundo Machado, o objetivo fundamental dos meios de comunicação social é oferecer aos cidadãos o maior volume de informações necessárias para que, a partir delas, eles possam formar sua opinião. “A interferência do jornalista na construção da versão será menor quanto maior for a sua consciência de que ele é capaz disto. Questões ideológicas, religiosas ou esportivas podem mutilar uma narrativa. Por isso é tão importante o debate sobre a imparcialidade e a reponsabilidade de jornalista e empresas de comunicação. Por isso é tão importante a regulamentação e a Reforma da Mídia”, explicou. Nesse sentido, André Machado defendeu a pluralidade como uma das mais importantes questões no debate. De acordo com o jornalista, é preciso que vários grupos, vários proprietários e vários atores possam, democraticamente, expor o seu ponto de vista e a sua versão sobre um mesmo fato. “E não basta termos muitos veículos. Precisamos de diversidade de propriedade e de abordagens”, afirmou.
 
 
Um segundo fator apontado por Machado é a competição: “Para o bem da comunicação, é adequado que existam, numa mesma arena, veículos capazes de competir. A competição estimula a produção de notícias”. O terceiro fator citado na palestra é a multiplicação dos meios. “Entendo que o país precisa ter políticas públicas que estimulem novos empreendedores para que organizem seus próprios veículos de comunicação. É uma atividade que pode e precisa ser fomentada. A Reforma da Mídia precisa ter essa perspectiva”, alegou.
 
 
Distribuição das verbas publicitárias – Um dos pontos principais da Reforma da Mídia, para André Machado, é a viabilidade financeira das emissoras. Uma boa parcela dos recursos que garantem a sobrevivência dos veículos vem do setor público. O gargalo, porém, é a ausência de regras para distribuição dos recursos de mídia das empresas estatais e dos governos federal, estaduais e municipais. André defende que a Reforma da Mídia estabeleça parâmetros para que os recursos sejam usados levando em consideração critérios técnicos (como a audiência dos veículos) e, também, como forma de fortalecer os veículos de pequeno e médio porte, especialmente os do interior. "Com regras e critérios estabelecidos, poderemos fortalecer a comunicação e a pluralidade dos veículos, além de fomentar a criação de outros. Isso é fundamental para a democratização da informação", destacou Machado. 
 
 
“Quando decidi entrar para a política foi por entender que temas como a Reforma da Mídia precisam ser aprofundados. Temos muitas reformas estruturantes para fazer e o Brasil pede por isso há muitos anos. Entendo que cada um de nós precisa se aprofundar nos debates, participar e cobrar transparência. Somente transformaremos a nossa sociedade se estivermos conscientes de nosso papel e, ao debater com alunos esse tema, espero poder instigá-los ao debate e à participação”, finalizou André Machado.