Imigrantes integram Conselho Participativo de São Paulo

Cerca de 1.700 mil pessoas participaram da escolha, com 1.694 votos válidos. Os nomes dos eleitos estão disponíveis no site da prefeitura.

Regulamentação da documentação, falhas de comunicação e falta de inserção cultural são vistos como os maiores problemas dessa população.

O chinês Frank Sun, da diretoria da Câmara de Comércio e Desenvolvimento Brasil China, ressalta os empecilhos para regularizar a situação dos estrangeiros. Frank explica que o Registro Nacional de Estrangeiros (RNE), documento que atesta a identidade de estrangeiros no Brasil, é impresso em um papel frágil, e pouco conhecido. "É muito fácil você ser barrado apresentando um papel reciclável, você vai no banco, você tenta falar que isso aquilo é o seu documento", disse.

“Com esta eleição, estas pessoas que sempre foram tratadas como de segunda classe serão tratadas como qualquer outro cidadão. São chineses, coreanos, senegalenses, peruanos: é um mundo de pessoas que está aqui trabalhando, produzindo, mas não são tratados como cidadãos. Ou eles têm direito a voto ou não serão respeitados nunca”, afirmou o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Rogério Sotilli, de acordo com nota emitida no site da prefeitura, nesta terça (1º/4).

A eleição foi realizada pela Secretaria Municipal de Relações Governamentais e pela Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania. O mandato dos imigrantes eleitos será de dois anos.

As subprefeituras de São Paulo que representam 0,5% de estrangeiros devem ter um conselheiro. A quantidade de imigrantes para o Conselho Participativo foi determinada de acordo com os dados do Censo 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE). Apenas estrangeiros acima de 16 anos, com comprovante de residência, puderam votar.

O Conselho Participativo Municipal tem entre 19 e 51 membros por bairro, de acordo com o tamanho da população, sendo em média um representante para cada 10 mil habitantes nas 32 subprefeituras.

Fonte: Rede Brasil Atual