Comissão da Unasul na Venezuela terá Brasil, Colômbia e Equador
Como parte da resolução da União das Nações Sul-Americanas (Unasul), os chanceleres de Brasil, Luiz Alberto Figueiredo; Colômbia, María Ángel Holguín e Equador, Ricardo Patiño, irão compor a comissão da entidade na Venezuela para seguir com a mediação da entidade para o diálogo entre governo e oposição no país.
Publicado 28/03/2014 17:49
A medida é parte da decisão tomada em conjunto com o presidente Nicolás Maduro sobre a criação de um comitê com três integrantes – chanceleres ou peritos – para acompanhar os passos iniciais do diálogo. O grupo atuará como uma espécie de "garantidor" das conversas, sem interferir nelas.
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O chanceler brasileiro afirmou ao O Estado de S. Paulo que está confiante na possibilidade de diálogo entre o governo de Nicolás Maduro e os líderes da oposição. Para o diplomata, todos os setores políticos e da sociedade civil ouvidos ao longo de dois dias expressaram desejo de pacificação do país e de envolvimento em um diálogo franco e respeitoso. Uma saída fora da Constituição – como golpe ou antecipação de eleições – foi rejeitada por todos os setores ouvidos no encontro.
"Estou absolutamente convencido de que o diálogo não só é factível como se encontra muito próximo de se tornar realidade", afirmou Figueiredo. "Com todas as críticas que o governo e a oposição fazem um ao outro, o que se vê é uma vontade enorme de pacificação dos dois lados, o repúdio à violência e o entendimento de que, sem o diálogo, sem se sentarem à mesa, não há como o país voltar ao clima de normalidade."
Desde o início dos protestos, Maduro tem convocado os distintos setores para um diálogo nacional, mas a MUD e um setor do movimento estudantil tem se negado a participar da Conferência de Paz.
Para a Venezuela ser "cada vez mais democrática, estável e próspera" é preciso haver entendimento nacional, insistiu Figueiredo. Nenhum dos lados contesta o direito à manifestação, sublinhou o chanceler, mas ambos rejeitam a violência.
A onda de protestos contra o governo deixou 34 mortos, e cerca de 400 feridos. Figueiredo, confirmou que o governo venezuelano é responsável por apenas três ou quatro mortes. "Segundo o governo, os responsáveis foram identificados, presos e estão sendo processados. As demais mortes ocorreram por várias razões", disse o chanceler. "Mais de 20 delas se deram por ferimentos provocados por armas de fogo usadas por grupos armados. A partir daí, não fica claro de quem é a responsabilidade porque alguém chegava com uma motocicleta, dava um tiro e ia embora."
Em dois dias, os chanceleres conversaram com autoridades do governo venezuelano – incluindo Maduro, em duas ocasiões -, integrantes da frente oposicionista Mesa da Unidade Democrática (MUD), líderes estudantis dos dois lados, representantes da Igreja e de outras religiões e com cerca de 20 empresários.
O ministro de Relações Exteriores da Venezuela, Elías Jaua, afirmou nesta quinta que Maduro "aceitou totalmente" todas as recomendações da Unasul. Horas depois, foi anunciada a criação do Escritório de Direitos Humanos e do Conselho Nacional de Direitos Humanos, que responderão diretamente ao Palácio de Miraflores.
Com informações de O Estado de S. Paulo