CPI é tentativa de “influenciar eleições” às custas da Petrobras 

Os senadores tucanos Alvaro Dias (PR), Cyro Miranda (GO) e Flexa Ribeiro (PA) protocolaram, na manhã desta quinta-feira (27), o requerimento para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a Petrobras. Os senadores conseguiram 28 assinaturas e entregaram o documento na Secretária-geral da Mesa. Os senadores da base aliada acusam a oposição de usar a Petrobras para fazer campanha eleitoral antecipada contra o governo. 

Para o senador Humberto Costa (PT-PE), a proposta de instalação da CPI da Petrobras reflete um clima de campanha eleitoral antecipada. Segundo o parlamentar, uma comissão de inquérito para apuração de irregularidades em negócios da Petrobras não representaria nenhum acréscimo às investigações que já estão sendo feitas, servindo somente de palanque a políticos da oposição com vista às eleições de outubro.

Agora, a Secretaria-Geral da Mesa fará a conferência das assinaturas e entregará o requerimento ao presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) para que ele faça a leitura no Plenário. Renan não tem prazo regimental para ler o requerimento.

Ele disse, nesta quarta-feira (26), que a criação de CPI para investigar a atuação da Petrobras em pleno período eleitoral não convém para o país. Renan reafirmou a posição de que a CPI “só se justifica quando os canais normais estão emperrados”.

“Os fatos estão sendo todos investigados. Nós precisamos cobrar o andamento da investigação. Fazer a CPI agora seria erguer um palanque eletrônico em pleno período eleitoral em cima da Petrobras, isso não é bom para o Brasil”, afirmou.

Para Humberto Costa, “governo e oposição devem se enfrentar aqui, e não utilizar uma empresa com a credibilidade que tem a Petrobras para ser o pretexto de uma disputa política cujo único interesse é influenciar no processo eleitoral do próximo mês de outubro”.

Ele considera que as CPIs são um instrumento sério de investigação, mas que perderam credibilidade ao longo do tempo. Ele citou o exemplo da CPI do Cachoeira, que em sua avaliação apresentou "resultados pífios" em oito meses de trabalho, e manifestou o temor de que uma CPI da Petrobras venha a paralisar as atividades do Congresso sem trazer resultados.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) elogiou, nesta quarta-feira (26), a entrevista da presidente da Petrobras, Graça Foster ao jornal O Globo. Ele afirmou que, com o convite feito por senadores para que Graça Foster compareça no Senado, juntamente com o ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, os parlamentares terão todas as condições de obter os esclarecimentos necessários sobre o caso envolvendo a compra de uma refinaria em Pasadena, nos Estados Unidos, por um preço considerado exorbitante.

O senador elogiou a presidente da Petrobras e a presidente da República, Dilma Rousseff, "pela retidão e pela vontade demonstrada de corrigir eventuais erros". Suplicy também leu, em Plenário, artigo do colunista da Folha de São Paulo, Jânio de Freitas, no qual este elogia a presteza de Dilma ao responder as acusações feitas contra ela em relação à compra da refinaria de Pasadena.

Da Redação em Brasília
Com Agência Senado