Paraguai vive tensão às vésperas da greve geral
Há um dia da greve geral, provavelmente a maior dos últimos 18 anos, o Paraguai vive forte tensão. Convocada em rechaço à política econômica e social do governo entreguista do presidente Horácio Cartes, que junto com o empresariado do país busca minimizar os impactos do protesto, os paraguaios saem às ruas nesta quarta-feira (26) para exigir justiça, liberdade, melhores condições de trabalho e terra para os camponeses.
Publicado 25/03/2014 08:45
De acordo com informações divulgadas por centrais sindicais, organizações camponesas e outras entidades sociais, a adesão da população já começa, desde hoje, a crescer bastante, principalmente entre os camponeses.
Pelo menos 13, dos 17 departamentos do país, além da capital Assunção, já registram grande fluxo de gente nas estradas marchando rumo à concentração geral. Há também uma vigília de manifestantes na Praça da Democracia, em frente ao Congresso Nacional.
Os dirigentes das centrais sindicais e da Federação Nacional Campesina (FNC), denunciaram o que consideram “campanhas oficias de repressão” contra os grevistas. Há inclusive repressão usando mecanismos do Estado.
Até agora o setor mais expressivo a declarar adesão à greve é o dos rodoviários. O sindicato já contabiliza 80% de trabalhadores dispostos a cruzar os braços nesta quarta-feira (26), que promete ser o grande dia da luta pela justiça social no país.
Diante disso, os empresários donos das empresas de ônibus já fizeram um acordo com o governo e garamtem serviço normal para o dia da greve. O dirigente sindical Miguel Zayas denunciou que foram contratados novos motoristas, especialmente para o dia, e haverá policiais nos ônibus.
A presidenta do partido governante, o Colorado, Lílian Samaniego, foi encarregada de negociar com os principais sindicatos centrais para não aderirem à greve. Há denúncias de ameaças de demissões em massa, mas ainda assim não conseguiu atingir as grandes empresas de telecomunicações e eletricidade.
Por outro lado, a FNC anunciou que há mais de 200 caminhões transportando camponeses para Assunção para participar da greve. Eles asseguram que não aceitarão ameaças da polícia e muito menos entregarão seus tacos de madeira que na atual situação significam o emblema da luta.
Os sindicatos criticam a campanha do governo que está sendo amplamente divulgada nos grandes veículos de comunicação com intuito de desacreditar a greve. Em especial a figura do ministro do Interior, Francisco de Vargas, que insiste em difundir informações falsas afirmando que há grupos destinados a provocar atos de violência.
As grandes empresas e organizações multinacionais pedem ao governo para aplicar punições aos grevistas pela mobilização nas principais vias da capital e das maiores cidade do país com o argumento de que vão interromper o fluxo normal.
Da redação do Vermelho, com informações da Prensa Latina