CPI do Trabalho Infantil discute, nesta quarta, evasão escolar
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Exploração do Trabalho Infantil promove audiência pública nesta quarta-feira (26), para discutir a evasão escolar provocada pelo trabalho infantil e medidas para manter as crianças e os adolescentes na escola.
Publicado 24/03/2014 14:46
“O trabalho infantil relaciona-se diretamente com a pobreza extrema e com a evasão escolar”, aponta a relatora da CPI, deputada Luciana Santos (PCdoB-PE). Ela cita dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) segundo os quais o trabalho infantil é impulsionado pela falta de acesso universal à escola.
O trabalho compromete a infância de 2,8 milhões de crianças entre 5 e 14 anos no Brasil. É como se toda a população da Região Metropolitana de Salvador fosse de trabalhadores mirins. Essas crianças são os adultos com baixa escolaridade de amanhã. Elas têm quase três vezes mais chances de serem analfabetas que as crianças que não trabalham – 20,1%, contra 7,6%. A cada dez, duas sequer frequentam a escola.
Apenas um quarto dos adolescentes que trabalham entre os 15 e os 17 anos tem o ensino fundamental completo. Os que estão matriculados engrossam as cifras da evasão escolar ao primeiro sufoco no orçamento familiar. O entra-e-sai nas escolas e as notas baixas no boletim, em geral, terminam em fracasso: o abandono definitivo dos estudos.
Para o debate promovido pela CPI, foram convidados o ministro da Educação, José Henrique Paim Fernandes; o coordenador-geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara; e a diretora executiva do Todos pela Educação, Priscila Fonseca da Cruz.
Da Redação em Brasília
Com agências