Clóvis Moura: um pensador das raízes da opressão no Brasil
"A retomada da obra do meu pai [Clóvis Moura] é uma forma de validar toda a vida intelectual e política dele", afirmou a historiadora Soraya Moura, filha de Clóvis Moura, durante entrevista à Rádio Vermelho. "O trabalho intelectual não é para estar em uma prateleira ou para dar nota para teses, ele serve para a sociedade. Esse foi o objetivo de vida meu pai", afirmou Soraya ao falar da luta de Clóvis Moura no campo acadêmico.
Joanne Mota, da Rádio Vermelho em São Paulo
Publicado 18/03/2014 17:00
Durante a entrevista, Soraya Moura lembrou que seu pai sempre foi um intelectual difícil de ser definido pois ele nunca se rendeu a esquemas. "Meu pai foi um defensor de suas posições. um nordestino, autodidata, que nos anos 1950 veio para São Paulo com uma única vontade: pesquisar e entender as lutas sociais do nosso Brasil", destacou ela.
Segundo Soraya, durante sua trajetória Clóvis Moura rompeu com as barreiras das disciplinas rigidamente estabelecidas pelas academias. Como um intelectual, lutou contra os muros elitistas que foram construídos ao redor dos acadêmicos, pois acreditava que o conhecimento deveria servir para o avanço da sociedade.
Pensamento Radical de Clóvis Moura
Como forma de reconhecer a vida e obra desse pensador revolucionário, a Fundação Maurício Grabois e a Unegro, com apoio da UJS e ANPG e parceria da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial do Município de São Paulo, realizará, na próxima sexta-feira (22), o Seminário Pensamento Radical de Clóvis Moura. No encerramento haverá o lançamento da 4ª edição do livro Rebeliões da Senzala e da revista Princípios dedicada ao pensamento de Clóvis Moura.
O evento ocorrerá no piso Caio Graco do Centro Cultural São Paulo, na Avenida Vergueiro. E contará com a realização de mesas de debates que começam às 14 horas, discutindo o impacto de sua obra. Também será lançado, na oportunidade, a 4ª edição do seu livro mais famoso, Rebeliões da Senzala.
Acompanhe a íntegra da entrevista na Rádio Vermelho: