Maioria esmagadora da Crimeia vota pela anexação à Rússia
Pesquisa de boca de urna do Instituto de Política e Sociológica da República da Crimeia aponta que 93% dos eleitores da Crimeia votaram a favor da anexação à Rússia.
Publicado 16/03/2014 17:08
Uma delegação do parlamento da Crimeia pedirá nesta segunda-feira (17) em uma sessão extraordinária, a incorporação da região à Rússia, disse o primeiro-ministro crimeano, Sergei Axionov. "Faremos tudo o mais rapidamente possível, embora cumprindo todos os requisitos legais", disse Axionov à agência Interfax.
Os países da União Europeia e os Estados Unidos anunciaram que não reconhecerão o resultado do referendo e que aplicarão sanções contra a Rússia.
Os Estados Unidos emitiram um comunicado reafirmando que rejeita o resultado do referendo. "Este referendo é contrário à Constituição da Ucrânia, e a comunidade internacional não reconhecerá os resultados desta votação”, declarou o porta-voz da Casa Branca, Jay Carney. A nota diz ainda que “as ações da Rússia são perigosas e desestabilizadoras”.
Um milhão e meio de eleitores da península ucraniana da Crimeia foram às urnas para decidir entre "a reunificação com a Rússia como membro da Federação Russa" ou o retorno do status de 1992, que nunca foi aplicado, que dá mais autonomia à região. Manter o status atual dentro da Ucrânia não era uma das opções.
A mídia ucraniana, sob influência da ocidental, chegou a dizer que a votação na Crimeia teria sido manipulada pela Rússia.
Moscou está acompanhando de perto a contagem dos votos na Criméia, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia Georgy Karasin. "Os resultados do referendo serão levados em consideração”, disse à Itar-Tass.
A Crimeia foi historicamente parte da Rússia até que a União Soviética cedeu o território à Ucrânia em 1954, por decisão de Nikita Krushceov, no entanto, manteve no Porto de Sebastopol a base de sua frota no Mar Negro.
A maioria da população fala russo e era favorável à anexação. As minorias ucraniana e tártara, que representam 37% da população, por outro lado, tinham pedido o boicote do referendo.
O governo ucraniano considera o referendo "ilegal" e "inconstitucional", assim como os países ocidentais, que chamaram o referendo de "ilegítimo".
Após a destituição do presidente Viktor Yanukovytch, em 22 de fevereiro, por meio de um golpe de Estado, agravou-se a crise e se fortaleceu o sentimento autonomista na Crimeia.
Com agências