Alcides Amazonas é nomeado subprefeito da Sé
Alcides Amazonas deve se licenciar do cargo de deputado estadual para assumir a subprefeitura da Sé, na capital paulista. A nomeação foi publicada no Diário Oficial na última sexta-feira (14). O novo administrador da Sé está empolgado com a atribuição. “Considero a tarefa grandiosa, é um desafio enorme dirigir a maior e mais importante das subprefeituras”.
Por Ana Flávia Marx*
Publicado 16/03/2014 10:56
O novo subprefeito da Sé nasceu no Paraná, mas com um ano de idade sua família mudou para a capital de São Paulo o que faz com que tenha muitas lembranças e experiências na região central da cidade. Aos trezes anos, quando trabalhava como office-boy, quase morreu afogado no rio Tamanduateí que transbordou e mesmo assim, para não atrasar a sua entrega, o jovem Alcides tentou atravessar.
A decisão de deixar a Assembleia Legislativa foi tomada em conjunto com o Partido Comunista do Brasil com o objetivo de ampliar a participação dos comunistas na gestão do prefeito Fernando Haddad. “O PCdoB está decidido a lutar pelo êxito do governo Haddad e quer contribuir para que ele implemente o programa que a população aprovou em 2012”, anuncia Amazonas.
Desafios da Sé
O peso político da subprefeitura da Sé fez com que o partido escolhesse um de seus quadros com destacada capacidade administrativa e política. Isso porque a área de responsabilidade da Sé tem 431 mil habitantes, porém com um fluxo intenso em que mais de três milhões de pessoas circulam por dia nos oito distritos; tem 17 estações de metrô, dezenas de viadutos, mais de uma centena de praças, entre outros números estruturais relevantes.
Além desses números, há também na região grande pluralidade de ideias e organizações que ampliam o desafio da subprefeitura. “Na região central temos as mais diversas opiniões, muitas organizações sociais, muitos sindicatos, movimentos organizados, opiniões diferenciadas, por isso o grande desafio de um administrador é criar um ambiente em que todos possam opinar e procurar construir consensos progressivos sobre diversos problemas que existem na região”, apontou o novo subprefeito.
“Aqui nós temos a cracolândia, quase oito mil moradores de rua, o centro histórico com muitos tombamentos, aqui tem todos os extremos. Têm de tudo, desde os trabalhadores da economia informal à Fiesp, escolas de samba, o centro financeiro, escritórios das principais empresas do Brasil. Tem os dois principais eventos, a Parada Gay e a Virada do ano, além de diversas outras atividades culturais”, destacou.
Alcides está fazendo um diagnóstico dos principais desafios da administração local, mas anunciou que o prefeito pediu atenção para problemas como os buracos das ruas (mais de 300 mulheres estão processando a subprefeitura por causa dos problemas com calçamento), para o tratamento com os trabalhadores da economia informal, concentração nos assuntos referentes à cracolândia e também para com os moradores de rua. “Neste momento nós temos uma concentração grande de moradores em situação de rua no Parque Dom Pedro e nós precisamos resolver isso”, exemplifica.
A cracolândia, segundo Amazonas, será encarada como problema de saúde pública. “Nós do PCdoB temos consciência de que esta não é uma questão policial. Vamos encarar esse problema da cracolândia como de saúde pública, portanto, como um problema social. O programa “Braços Abertos” está tendo bastante êxito, tanto que o governo do estado está até copiando”.
Grande movimento em defesa do Centro da Cidade
O centro da grande metrópole é considerado um verdadeiro cartão postal. Com apresentações artísticas, programas que revelam a história antiga e recente da cidade, ambientes agradáveis para observar e admirar as características que formam o município. É ancorado nesses exemplos que o subprefeito quer criar um grande movimento em torno da região central da cidade.
“Queremos criar um grande movimento em defesa do centro de São Paulo. Se você pegar as principais capitais do mundo, você vai ver que o centro das cidades é sempre a menina dos olhos, é o cartão postal da cidade, onde todos possam freqüentar em qualquer hora do dia, sem problema de segurança. Vamos envolver não só os moradores, mas também a população que circula pela região central para ajudar, para que a gente tenha um centro mais agradável, mais limpo, onde a gente tenha prazer de circular durante o dia, mas também à noite”, apresentou Alcides.
Com toda experiência que adquiriu durante a sua trajetória, Amazonas falou que utilizará a visão política da cidade e capacidade de articulação para ter sucesso em sua nova atribuição. “Não há contradição entre a visão técnica e política, as duas visões precisam trabalhar juntas. Acredito que a nova administração deve fortalecer bastante as subprefeituras, essa é a opinião da vice-prefeita, Nádia Campeão, e também do Haddad, que ambos me relataram. É impossível dirigir uma região tão complexa como a Sé, se você não tiver a política no comando”, observou o subprefeito.
Com larga experiência política e administrativa, afora seu emprego como office-boy, foi motorista e cobrador de ônibus no centro quando trabalhava na CMTC (Companhia Municipal de Transportes Coletivos). Foi também do Sindicato dos Condutores; diretor da Sptrans; vereador durante a gestão da prefeita Marta Suplicy, relator do projeto que criou o bilhete único e coordenador-geral do escritório da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no estado de São Paulo.
*é secretária municipal de Comunicação do PCdoB