Venezuela propõe que Unasul crie comissão para ativar diálogo
A presidenta Dilma Rousseff disse na terça-feira (11) que a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) vai formar uma comissão para acompanhar a situação da Venezuela. A declaração foi feita no Chile, onde Dilma participou na cerimônia de posse da presidenta Michelle Bachelet.
Publicado 12/03/2014 05:53
O assunto será discutido em uma reunião de chanceleres nesta quarta-feira (12) em Santiago. "Os ministros vão criar uma comissão, que pode ser com representantes de todos os países que participarão do encontro, e fazer a interlocução pela construção de um ambiente de acordo, de consenso, de estabilidade lá na Venezuela", disse a presidenta, em entrevista antes de se reunir com Bachelet. Dilma reafirmou que o Brasil defende a "manutenção da ordem democrática" no caso da Venezuela.
Ainda nesta terça-feira, durante a primeira emissão do programa de rádio “Em contato com Maduro”, que será transmitido semanalmente, o presidente venezuelano reiterou que a Venezuela solicitará a formação de uma comissão da União de Nações Sul-americanas (Unasul), integrada por chanceleres do bloco, que acompanhem a Conferência Nacional de Paz.
"Bem-vinda a comissão da Unasul para vir acompanhar, apoiar e fortalecer o processo de diálogo nacional, a Conferência de Paz e todas as iniciativas de paz para a defesa do sistema constitucional e o direito de nosso país à paz”, afirmou Nicolás Maduro. Igualmente, manifestou sua confiança no corpo de diplomatas que a Usasul designe para esta tarefa. "Estou seguro de que as deliberações dos chanceleres vão ser muito boas. Venham e constatem diretamente a conduta irregular e violenta da oposição venezuelana, sua negativa a dialogar".
A solicitação ao organismo regional será feita pelo chanceler Elías Jaua na reunião que se realiza nesta quarta-feira (12) no Chile.
Paz e união
Durante o programa de rádio, Nicolás Maduro reafirmou o chamamento à paz e à união de todos os setores do país que apoiam as iniciativas do governo para alcançar a harmonia da pátria e combater a violência fascista, que desde 12 de fevereiro último já deixou um saldo de 23 venezuelanos mortos e mais de 200 feridos.
Maduro disse que todos os que estiverem dispostos a manter a estabilidade da nação se somaram ao diálogo patrocinado pelo Executivo Nacional, desde 26 de fevereiro último, através da Conferência Nacional pela Paz, na qual não participam os membros da autodenominada Mesa da Unidad Democrática (MUD).
O presidente instou os membros dessa coalizão a participar nessa conferência de diálogo. “Sentem-se à mesa, é isso o que a nossa pátria quer, deponham as atitudes violentas, mesquinhas, obstrucionistas; a pátria segue seu caminho, agora seguirá sem vocês”, afirmou o chefe de Estado.
A esse respeito, acrescentou que os dirigentes da oposição não aceitaram dialogar porque "continuam esperando a hecatombe que não vai chegar".
Com Agência Brasil e Agência Venezuelana de Notícias