Ananias apresenta proposta para minimizar efeitos da seca
O deputado João Ananias (PCdoB-CE) anunciou, esta semana em Brasília, que apresentou projeto à Presidente Dilma Rousseff, propondo a criação de um programa de doação de máquinas perfuratrizes aos municípios nordestinos mais atingidos pela seca, que perdura pelo terceiro ano consecutivo.
Publicado 12/03/2014 19:30
“Diante da profunda dificuldade de água, por falta de recarga das barragens, principalmente para consumo humano, o abastecimento vem acontecendo, quase sempre de forma precária, por carros pipa”, conta o parlamentar.
Segundo ele, além do custo financeiro que isso acarreta, ainda tem o grave problema da má qualidade da água distribuída, incorrendo em importantes agravos à saúde da população.
“A minha proposta visa estruturar definitivamente, com a perfuração de poços profundos nas áreas mais carentes, a oferta de água de qualidade e de forma perene a nossa sofrida população. É bom lembrarmos que além do consumo humano, um programa desses garantiria água para os rebanhos, que foram substancialmente reduzidos nos estados acometidos pela seca”, explicou, destacando ainda que atenderia o pequeno agricultor em irrigações de hortas e outras culturas, ajudando na sua alimentação e na geração de renda, com a venda da produção excedente.
A falta da água, principalmente nas áreas rurais do Nordeste, acelera o êxodo de populações que buscam os centros urbanos, onde o abastecimento acontece mais regularmente, relata Ananias, para quem o seu projeto casa perfeitamente com a proposta da Presidente Dilma de "Água para todos", podendo integrar a segunda fase do PAC Equipamentos.
O Programa de Aceleração do Crescimento Equipamentos entrega aos municípios, retroescavadeiras, motoniveladoras, pás-carregadeiras, caminhões-caçamba e caminhões-pipa. Juntamente com essas máquinas, a perfuradora de poços profundos, potencializaria as ações de convivência com a seca no semiárido brasileiro.
“Defendo, nesse projeto, a adoção de rígidos critérios na distribuição das perfuratrizes, a começar pelo controle ambiental e prévia avaliação técnica por geólogos para evitarmos a perfuração de poços em áreas com baixas possibilidades de encontrar água no subsolo”, explica o parlamentar.
A proporção seria de uma máquina para cada grupo populacional de 100.000 habitantes. Os municípios menores se organizariam em consórcios intermunicipais de forma a atingirem a proporção estabelecida. A descentralização, através dos consórcios, além de agilizar a execução do programa, ainda proporcionaria a organização dos municípios entre si, como forma de racionalizar recursos materiais e humanos.
De Brasília
Márcia Xavier