Ananias apresenta proposta para minimizar efeitos da seca 

O deputado João Ananias (PCdoB-CE) anunciou, esta semana em Brasília, que apresentou projeto à Presidente Dilma Rousseff, propondo a criação de um programa de doação de máquinas perfuratrizes aos municípios nordestinos mais atingidos pela seca, que perdura pelo terceiro ano consecutivo.  

“Diante da profunda dificuldade de água, por falta de recarga das barragens, principalmente para consumo humano, o abastecimento vem acontecendo, quase sempre de forma precária, por carros pipa”, conta o parlamentar.

Segundo ele, além do custo financeiro que isso acarreta, ainda tem o grave problema da má qualidade da água distribuída, incorrendo em importantes agravos à saúde da população.

“A minha proposta visa estruturar definitivamente, com a perfuração de poços profundos nas áreas mais carentes, a oferta de água de qualidade e de forma perene a nossa sofrida população. É bom lembrarmos que além do consumo humano, um programa desses garantiria água para os rebanhos, que foram substancialmente reduzidos nos estados acometidos pela seca”, explicou, destacando ainda que atenderia o pequeno agricultor em irrigações de hortas e outras culturas, ajudando na sua alimentação e na geração de renda, com a venda da produção excedente.

A falta da água, principalmente nas áreas rurais do Nordeste, acelera o êxodo de populações que buscam os centros urbanos, onde o abastecimento acontece mais regularmente, relata Ananias, para quem o seu projeto casa perfeitamente com a proposta da Presidente Dilma de "Água para todos", podendo integrar a segunda fase do PAC Equipamentos.

O Programa de Aceleração do Crescimento Equipamentos entrega aos municípios, retroescavadeiras, motoniveladoras, pás-carregadeiras, caminhões-caçamba e caminhões-pipa. Juntamente com essas máquinas, a perfuradora de poços profundos, potencializaria as ações de convivência com a seca no semiárido brasileiro.

“Defendo, nesse projeto, a adoção de rígidos critérios na distribuição das perfuratrizes, a começar pelo controle ambiental e prévia avaliação técnica por geólogos para evitarmos a perfuração de poços em áreas com baixas possibilidades de encontrar água no subsolo”, explica o parlamentar.

A proporção seria de uma máquina para cada grupo populacional de 100.000 habitantes. Os municípios menores se organizariam em consórcios intermunicipais de forma a atingirem a proporção estabelecida. A descentralização, através dos consórcios, além de agilizar a execução do programa, ainda proporcionaria a organização dos municípios entre si, como forma de racionalizar recursos materiais e humanos.

De Brasília
Márcia Xavier