PCdoB-CE debate conjuntura política e ações para 2014

Luis Carlos Paes, presidente do PCdoB-CE, iniciou sua intervenção destacando, no plano internacional, a ação do imperialismo visando desestabilizar governos que de alguma forma se opõem a seus interesses, não se importando de ficar na companhia de forças nitidamente fascistas e de grupos terroristas como são nos casos da Síria e agora da Ucrânia. Estão em andamento também planos de desestabilização na Argentina e de apoio a grupos da extrema direita na Venezuela.

No Brasil, assim como em outros países do mundo, as forças conservadoras realizam ampla campanha midiática de descrédito do País “buscando criar artificialmente uma situação de pânico junto à população como se estivéssemos vivendo uma profunda crise econômica”. “Tentam assim, pressionar o governo Dilma, visando recuos na sua política de enfrentamento do mercado financeiro e de busca de uma política mais desenvolvimentista. Incentivam ainda manifestações de setores inconsequentes visando combater a realização da Copa do Mundo, desconhecendo o importante legado material e imaterial da sua realização no País”, reforçou Paes.

O não enfrentamento desses desafios pelo governo e pelas forças democráticas e progressistas que o apoiam e a não elaboração de um Novo Projeto de Desenvolvimento a ser discutido com a sociedade no período eleitoral podem, segundo o dirigente comunista, reduzir o debate a quem tem mais competência na condução de políticas sociais, a quem é mais ou menos corrupto, e assim por diante. “Podemos perder a oportunidade de se discutir o que realmente importa, além de levantar e apontar questões relevantes que garantam o desenvolvimento do País”, ponderou.

Luis Carlos Paes destacou ainda que a avaliação do quadro político eleitoral para os cenários das eleições presidencial, de governadores e demais cargos, deve ser feita à luz das resoluções do 13º Congresso Nacional do PCdoB. “Nosso slogan foi ‘Avançar nas Mudanças’. Assim, ao defendermos a reeleição da presidente Dilma, propomos uma série de reformas democráticas e mudança profunda na política macroeconômica conservadora baseada no tripé de superávit primário, câmbio flutuante e metas de inflação”, ratificou.

No Ceará, a avaliação é de que o quadro político ainda está indefinido, com possíveis candidatos, especulações e forte risco de divisão na base de apoio do governo estadual. “A oposição está fragilizada, por isso nosso maior desafio no Estado é manter a base de apoio unida em torno de Dilma e do sucessor do governador Cid Gomes”, reiterou. Para isso, Paes ratifica que o PCdoB defende a unidade dessas forças que precisam se empenhar num diálogo democrático e respeitoso, sem pré-condições e sem vetos às pretensões dos vários partidos e de suas lideranças. “Deve haver um esforço coletivo na busca de um entendimento com base em um programa que aprofunde as mudanças e que a partir daí se definam os nomes que pela identidade com o projeto, pela história, reputação e pelo respaldo de cada um junto ao eleitorado cearense possam compor a chapa majoritária”.

Os membros da comissão política reafirmaram durante o encontro o projeto eleitoral estadual do PCdoB: reeleição de Inácio Arruda para o Senado, Chico Lopes e João Ananias para a Câmara Federal e ainda eleger três deputados estaduais. “Os desafios estão postos. Agora deveremos trabalhar para garanti-los, levando em conta o potencial dos candidatos, a mobilização da militância partidária e o diálogo com os aliados”, defendeu.

Dentre as ações que devem ser desenvolvidas a partir do próximo mês de março está prevista a vinda de uma caravana de quadros nacionais do Partido ao Ceará. No período da tarde, a comissão política debateu um plano de trabalho visando o fortalecimento das diversas frentes de atuação do Partido no Estado.

De Fortaleza,
Carolina Campos