Conselho de Comunicação da Bahia empossa novos integrantes
O Conselho Estadual de Comunicação Social (CCS) empossou, nesta quarta-feira (19/2), em Salvador, os 27 novos conselheiros, para o segundo mandato (2014-2016) da entidade, que foi instalada em 2012. Entre os empossados, estão sete representantes do poder público, dez representantes dos empresários do ramo e outros dez não-empresários da sociedade civil.
Publicado 19/02/2014 15:41 | Editado 04/03/2020 16:15
Primeiro e único conselho do segmento no país, o CCS tem como objetivo planejar e elaborar políticas públicas voltadas para a comunicação no estado e possui um caráter consultivo e deliberativo. A instalação do conselho é fruto de uma luta dos movimentos sociais, como lembrou o conselheiro Emanuel Souza, durante discurso na posse do segundo mandato.
“Hoje fazemos um balanço positivo e é importante lembrar que foi a nossa luta, a luta de diversos segmentos [do movimento social], que concretizou esse conselho”, lembra Emanuel Souza, que é diretor de Comunicação da seção baiana da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e representa os não-empresários da sociedade civil.
O subeditor regional do Portal Vermelho, Fernando Udo, também fez parte do primeiro mandato do CCS, e foi reconduzido ao posto, na cerimônia desta quarta, que foi acompanhada pelo governador Jaques Wagner e por secretários estaduais. Para Udo, a criação do conselho foi um avanço, mas é preciso tratar de algumas questões que não foram abarcadas na primeira formação.
“Pra a nossa nova gestão, uma das coisas importantes a se tratar é essa transversalidade da comunicação. Ela está em tudo e precisa estar alinhada à cultura e à educação. Não adianta ter tecnologia, se não se discute o conteúdo. Além disso, é preciso apresentar um plano estadual de Comunicação, para aproximar a sociedade do debate e discutir com ela”, defendeu o subeditor da seção Bahia deste portal.
Estreia
Entre os estreantes no conselho, está Adelmo Andrade, que integra o Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. Segundo o conselheiro, a entidade pretende contribuir com um dos pontos mais polêmicos dos debates sobre a comunicação no país, que é a quebra de monopólio no setor.
“A gente vem de uma luta muito grande nacionalmente pela democratização da mídia. Sabemos que existe uma concentração muito grande, é um monopólio de sete famílias desse país, que abusam de uma ditadura na comunicação. Defendemos democratizar, fluir melhor a opinião e a cultura do nosso estado, e coibir algumas ações tendenciosas”, explica Andrade.
Censura
Quando foi criado, o Conselho de Comunicação Social da Bahia sofreu uma série de ataques, principalmente dos empresários do ramo, que defendiam que a entidade poderia funcionar como um instrumento de censura. Passados dois anos de funcionamento, o conselho conseguiu provar, segundo o governador Jaques Wagner, que não se trata de controle.
“O conselho começou com uma discussão meio atravessada porque se falava em censura. Destruímos esse estigma porque debatemos qualquer tema da qualidade da informação, que é um direito. Ninguém vai mais propor censura porque a democracia é uma conquista da sociedade e, pra mim, dentro da democracia, a liberdade política e a liberdade de imprensa são duas peças fundamentais”, afirma Wagner.
Composição
Todos os 27 conselheiros possuem suplentes e o novo presidente ainda será escolhido, em uma reunião sem data prevista. O secretário estadual de Comunicação, Robinson Almeida deixa a presidência do primeiro mandato.
De Salvador,
Erikson Walla