Irã e G5+1 retomam negociações nucleares sobre acordo final
A República Islâmica do Irã, afirmou o ministro de Relações Exteriores, Mohamed Javad Zarif, nesta segunda-feira (17), “está disposta a levar com boa vontade as conversações nucleares a um caminho que dê resultados.” Wendy Sherman, uma das principais negociadoras representando os Estados Unidos, confirmou que o Irã está cumprindo o acordo alcançado em novembro do ano passado, sobre as medidas de “construção de confiança”. Uma nova rodada de diálogos inicia-se nesta terça-feira (18).
Publicado 18/02/2014 11:34
O acordo interino anunciado no final do ano passado foi resultado de meses de negociações entre o Irã e o Grupo 5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha), sobre o programa nuclear iraniano, que o Ocidente e aliados como Israel vinham acusando de ter como fim a construção de armas.
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O chanceler iraniano reafirmou a disposição do Irã para a continuidade dos diálogos durante um jantar com a representante da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, às vésperas da nova rodada de diálogos, iniciada nesta terça-feira (18).
Em resposta às declarações do aiatolá Said Ali Khamenei, Líder da Revolução Islâmica do Irã (de 1979, que derrubou o regime monárquico brutal respaldado pelos EUA), sobre o seu pessimismo com relação às negociações – devido à postura histórica das potências imperialistas –, nesta segunda, o chanceler respondeu que o povo iraniano não descumpre os seus compromissos e, ao mesmo tempo, não renunciará aos seus direitos legítimos.
Zarif refere-se ao direito garantido pelo Tratado de Não Proliferação das Armas Nucleares – do qual é signatário – e pela Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), de que é membro, para o desenvolvimento de um programa nuclear de fins civis, para a produção de energia e para fins médicos.
O ministro disse que os diálogos desta terça têm como meta uma solução definitiva para o caso e declarou que a nova etapa proporciona uma oportunidade para recuperar a confiança do povo iraniano. “Infelizmente, as declarações de algumas autoridades ocidentais não contribuíram para a construção da confiança e, ao contrário, causaram o aumento da desconfiança,” disse Zarif.
O chanceler esclareceu que, na primeira fase da nova rodada de diálogos ainda não se espera um acordo definitivo sobre o seu programa nuclear, mas que este é o objetivo final. O plano interino elaborado em novembro define um prazo de seis meses para a aplicação de “medidas de confiança”, inauguradas em 20 de janeiro.
A diplomata europeia, que preside a delegação negociadora do G5+1, mostrou-se otimista sobre a nova etapa das conversações, retomadas nesta terça em Viena, Áustria, sede da AIEA. O porta-voz de Ashton, Michael Mann disse que a rodada de Viena durará o tempo que for necessário, já que ainda há muito trabalho adiante.
O plano interino instaurado em janeiro define a suspensão de sanções do Ocidente contra o Irã, enquanto as autoridades iranianas reduzem o enriquecimento de urânio a um nível suficiente para fins civis (já que o nível de 20% antes atingido é considerado propício à produção de armas nucleares) e garantem maior acesso dos inspetores internacionais às suas instalações nucleares.
Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV