Denúncias apontam que existiam financiadores dos protestos
Em depoimento oficial à polícia, Caio Silva de Souza, acusado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade, afirmou que já foi convidado a participar de protestos “de forma remunerada” e que “existem financiadores” nesta manifestações.
Publicado 14/02/2014 13:33
Embora não acuse formalmente ninguém, Caio disse acreditar "que alguns partidos pagam os manifestantes" e citou partidos como Psol, PSTU e a ativista Elisa Quadros, a Sininho, por estarem financiando a participação de jovens nestas manifestações.
Nas acusações apresentadas, há uma lista de políticos e um delegado do Rio de Janeiro que estavam contribuindo com os participantes dos protestos.
A cada dia, novas situações colaboram para elucidar o quadro de violência que vem ocorrendo nas últimas manifestações populares e esclarece que a proposta de instaurar o caos e a desordem eram metas de algumas dezenas de pessoas que se infiltravam nestas ocasiões que quase sempre terminava em quebra-quebra, depredação do patrimônio público, e ações violentas tanto por parte de alguns manifestantes quanto da polícia, na tentativa de repreender a agitação.

As investigações
O delegado Maurício Luciano, responsável pelo inquérito que apura a morte do cinegrafista disse que o fato de Caio Silva de Souza ter dito em depoimento, que há aliciamento de manifestantes, não interfere no relatório que vai entregar nesta sexta-feira (14) ao Ministério Público. O delegado reafirmou que a possibilidade de manifestantes receberem dinheiro para fazer atos violentos nos protestos faz parte de outra investigação que vem sendo desenvolvida pela Polícia Civil do Rio.
Para o delegado, o possível envolvimento dos manifestantes com partidos políticos, conforme tinha denunciado o advogado dos suspeitos, não interfere na questão da morte do cinegrafista. “Eu preciso apenas entregar ao Ministério Público uma investigação de homicídio”, disse.
O delegado explicou, no entanto, que o crime não está em aliciar ou pagar alguém para fazer manifestação, o que para ele pode ser discutido sobre o ponto de vista moral e eleitoral, caso parta mesmo de partidos políticos. O crime, para ele, é se isso acontecer no caso de os manifestantes serem pagos para praticar atos violentos. “O que é crime é pagar para incentivar a violência. Atos de hostilidade, de vandalismo. Isso que é crime, e pode configurar uma organização criminosa. Se tenho alguém que incentiva grupos a praticar um número indeterminado, de forma dividida, com divisão de tarefas ou algum comando, que não precisa ser sofisticado, existe a figura da organização criminosa”, analisou.
“Tudo permanece como está, com ambos [Caio Silva de Souza e Fábio Raposo, suspeitos de terem praticado o crime] indiciados por homicídio qualificado, por emprego de artefato explosivo e crime de explosão”, explicou.
Porém, as doações são um caminho para identificar o elo entre políticos e os mascarados que aparecem na linha de frente quando os protestos terminam em tumulto e violência. E para tanto, estes fatos devem ser esclarecidos e rigorosamente punidos.
Da redação do Vermelho,
Com agências