Servidores públicos federais lançam campanha salarial
Com o slogan “Sem o Nosso Time o Brasil Não Entra em Campo”, mais de 1,5 mil servidores públicos federais realizaram Ato Público nesta quarta-feira (5) em frente ao Ministério do Planejamento, em Brasília, para reivindicar melhores condições de trabalho e de salário para os trabalhadores do serviço público federal.
Publicado 07/02/2014 11:35
“Num ato muito representativo, os servidores conseguiram uma reunião pelo Ministério do planejamento e Gestão (MPOG)”, disse João Paulo Ribeiro, o JP, secretário do Serviço Público e dos Trabalhadores Públicos da CTB.
O secretário de relações de trabalho do MPOG, Sérgio Mendonça, recebeu as lideranças dos trabalhadores do serviço público. “Além de lançar a nossa campanha salarial, a categoria defende a antecipação da parcela dos 15,8% de reajuste acordado em 2012 para ser pago em três parcelas, mas a corrupção já engoliu e os trabalhadores e trabalhadoras do serviço público têm seus salários ainda mais defasados”, acentua JP.
“A categoria alimenta uma mágoa desde 2012, devido à falta de negociação entre as entidades sindicais e o governo que, segundo os servidores federais, de maneira ‘ unilateral e arbitrária’, divulgou reajuste de 15,8% em três anos e impôs a condição de que ‘era aquilo ou nada’”, reclama a Confederação dos Servidores Públicos do Brasil (CSPB).
“A rusga dos servidores com o Planejamento foi amplificada pela situação inflacionária do país que, ao ultrapassar os 6% ao ano, está acima do reajuste do governo que corresponde a pouco mias de 5% anuais. Tal situação provoca, inevitavelmente, uma perda do poder aquisitivo do trabalhador do serviço público”, acentua a entidade em seu portal.
Os servidores têm pressa porque neste ano há uma particularidade e “por causa da eleição o Executivo Federal tem até o dia 5 de abril para negociar conosco um novo reajuste”, ressalva JP. Por isso, o protesto dos servidores públicos federais ganha em importância.
Para JP que também é diretor de Assuntos Legislativos da CSPB “ficou evidente que houve um conflito entre o modelo de Estado defendido pelo governo e o defendido pelas entidades sindicais”. Segundo ele, o governo alega que, nos últimos 10 anos, os reajustes na folha salarial dos servidores federais somaram 190%, ante 80% da inflação acumulada no período. Mas os sindicalistas alegaram que as carreiras de algumas categorias não foram valorizadas e que o governo não realizou concursos suficientes para substituir aposentados, terceirizados e demais servidores que foram desligados do quadro.
“A situação impacta diretamente na qualidade dos serviços prestados, pois o estado não está provendo as contratações no ritmo das demandas da sociedade”, argumenta JP. Para ele, as conquistas dos governos Lula e Dilma são inegáveis, “porém, esses avanços foram insuficientes para atender as demandas dos servidores e da sociedade, e que, de maneira negativa e surpreendente, o governo interrompeu o diálogo com os servidores e suas entidades desde o ano passado”.
Os representantes do Ministério do Planejamento afirmaram que o governo irá responder, por escrito, toda a pauta protocolada pelas entidades sindicais ainda antes do carnaval. Eles assumiram o compromisso de se empenhar para que a ministra do Planejamento, Mirian Belchior, receba as entidades para uma audiência. Eles adiantaram que o governo não concorda com a antecipação da última parcela do reajuste, mas que não se nega a fazer o debate com os servidores.
Representando a CTB, JP cobrou do “governo uma agenda propositiva que garanta a negociação de fato, e que não é admissível que o governo não dialogue como as entidades porque temos propostas em todas as áreas do governo federal, numa lógica classista e não privatista que infelizmente o governo defende e implementa”. O sindicalista defende que fundações e empresas públicas mantenham ingresso em suas fileiras “somente por concurso público e pelo Regime Jurídico Único”, defende. E apesar dos avanços desde o governo Lula “o Estado está destruído e não podemos contratar pessoas para substituição de terceirizados e para cargos ligados à gestão. Para nós isto demonstra uma elitização do governo federal”, acentua.
Foram apresentadas as seguintes reivindicações ao governo:
– Política salarial permanente.
– Paridade entre ativos, aposentados e pensionistas.
– Definição de data-base.
– Regulamentação da negociação coletiva.
– Diretrizes de planos de carreira.
– Retirada de projetos no Congresso Nacional que prejudiquem os trabalhadores públicos
– Cumprimento por parte do governo de acordos e protocolos de intenções firmados em processos de negociação
– Antecipação da parcela de reajuste prevista para janeiro de 2015 para 2014.
– Reajuste dos benefícios: auxílio alimentação plano de saúde.
Fonte: CTB