Presidente da Ucrânia designa premiê para formar novo governo

O vice-premiê da Ucrânia, Serguei Arbuzov foi designado, nesta quinta-feira (6), como o novo primeiro-ministro do governo, em meio às tensões políticas denunciadas pela esquerda como tentativas de golpe da extrema-direita ucraniana. Através de um decreto, o presidente Viktor Yanukovich nomeou Arbuzov para ocupar o cargo, uma vez que o ex-premiê Nicolai Azarov demitiu-se no final de janeiro, “para evitar a escalada da crise.”

Serguei Arbuzov - Reuters

Uma das principais tarefas do novo primeiro-ministro será a formação de um novo gabinete, como obrigam as leis deste país europeu. Desde 28 de janeiro, o cargo era ocupado interinamente por Arbuzov, após a demissão de Azarov, que defendeu um “compromisso político-social”. Muitos manifestantes nas ruas pediam a demissão do governo.

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De acordo com a legislação ucraniana, o Parlamento deve aprovar a designação de um novo premiê e dos ministros escolhidos para compor o gabinete de governo. Entretanto, o processo deve ainda supor as negociações com a oposição direitista.

Os líderes da oposição continuam instigando os manifestantes a protestarem e a ocuparem prédios do governo, apesar das tentativas de negociação política. Neste sentido, a esquerda ucraniana denuncia a ingerência da União Europeia e dos EUA, que declararam apoio a protestos que tomaram dimensões violentas e que são mantidos em detrimento do diálogo. O país está “à beira de uma guerra civil”, segundo o ex-presidente Leonid Kravchuk.

Azarov explicou que a sua demissão, aceita quase imediatamente pelo presidente, deve-se à exigência feita pela oposição para que os diálogos com o governo prosseguissem, para apaziguar os protestos. Ainda assim, e apesar da concessão de anistia aos manifestantes por diversos atos criminosos, a ocupação de prédios governamentais e ruas importantes da capital, Kiev, foi mantida.

A União Europeia tem se declarado “disposta a protagonizar um papel de mediador” para solucionar a crise, mas seu papel é fundamentalmente ligado às bandeiras da direita, que acusam o governo ucraniano de ter suspendido a assinatura de um acordo comercial e de adesão ao bloco a favor da adesão à União Aduaneira com a Rússia e outros vizinhos.

A chefa da diplomacia europeia, Catherine Ashton esteve na Ucrânia, onde se reuniu com o governo e com líderes da oposição e, inclusive, andou pelas ruas, entre os manifestantes, acompanhada de um dos líderes do Partido da Pátria, de direita, Arseniy Yatsenyuk.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências