General Al-Sisi confirma candidatura à presidência do Egito

Abdel Fattah al-Sisi, recém promovido de general a marechal do Exército egípcio anunciou a sua intenção formal de candidatar-se à presidência do país, de acordo com o jornal Al-Seyassah, do Kuwait, nesta quinta-feira (6). Al-Sisi disse ao diário que esta é “a vontade do povo, que quer me ver um presidente da república,” após a sua liderança na derrubada do ex-presidente Mohammed Mursi, em julho do ano passado.

General do Egito - AFP

O marechal (cargo superior ao de general e que, no Brasil, só seria designado em tempos de guerra) disse que o Egito está agora experimentando dignidade social, econômica e nacional mais forte, assim como a segurança, sob o governo interino respaldado pelo Exército.

Por isso, ele disse: “Já me decidi; não posso desafiar a vontade do povo, que quer me ver um presidente da república. Apresentarei isso ao povo egípcio, para renovar a confiança através da votação livre. Pergunto a todos os egípcios que cooperem durante estes tempos difíceis.”

Al-Sisi também criticou a gestão de um ano de Mursi, cujo Partido da Liberdade e da Justiça é filiado à organização transnacional Irmandade Muçulmana, que descreveu de “um movimento egoísta e não patriótico”, acusando-o de tirar vantagem do poder.

O governo foi o primeiro democraticamente eleito em toda a história do país, após a derrubada do regime ditatorial do general Hosni Mubarak, em 2011, mas as manifestações de milhões de pessoas pediam a destituição de Mursi, acusado de tentar islamizar o país e favorecer a Irmandade.

O marechal prometeu que, se for eleito, vai cooperar com todos para construir um novo país: “O Egito precisa de alguém que dedique a si mesmo e o seu tempo inteiro a servir o país e o seu povo.”

“O Egito tem muito potencial, precisamos construir confiança e avançar em um plano claro para investir na agricultura e na riqueza turística e industrial. Precisamos encorajar investimentos nacionais e estrangeiros. Nossas vidas não serão perturbadas por uma bomba aqui ou ali, ou com uma manifestação, ou uma ocupação,” ele continuou.

Al-Sisi ressaltou que, se for eleito, seu plano para a região inclui a construção de uma União Árabe “entre os países que sofrem do terrorismo. Acredito que o Conselho de Cooperação do Golfo e outros países saudarão esta união, que terá como objetivo eliminar o terrorismo.”

Ele também explicou que os maiores países que criticam o atual processo no Egito não o interessam, ressaltando que: “Estamos confiantes em nós mesmos. Estes países têm interesses em muitas regiões do mundo e, enquanto estes interesses não colidirem com nossos interesses regionais ou nacionais, eles não nos preocupam, de forma alguma. Estamos focados em reconstruir o nosso Egito.”

Da redação do Vermelho,
Com informações do portal Middle East Monitor