ONU denuncia paramilitares na Síria por recrutar crianças-soldado
Em um relatório divulgado nesta terça-feira (4), a Organização das Nações Unidas (ONU) criticou os grupos armados na Síria pelo recrutamento de crianças refugiadas nos países vizinhos para combater as tropas do governo sírio, e reiterou a necessidade de adotar medidas para proteger seus direitos. Já o secretário de Estado dos EUA, por outro lado, manteve sua retórica agressora e de acusação contra as autoridades sírias.
Publicado 05/02/2014 10:14
O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon considerou indizível e inaceitável o sofrimento as crianças sírias e assegurou que a violação dos seus direitos deve cessar.
Segundo o relatório, que analisa o contexto dos confrontos armados entre o Exército sírio e os paramilitares (muitos, inclusive, mercenários estrangeiros ou extremistas religiosos) entre março de 2011 e novembro de 2013, a perda dos pais e parentes, a mobilização política e as pressões das famílias são fatores que contribuem para que os menores filiem-se aos grupos armados.
Além de serem recrutados e usados como escudos humanos, os menores sírios sofrem vários outros abusos, como violência sexual e tortura.
As crianças são os mais afetados pela violência no país. Em meados do ano passado, a representante especial da ONU para Crianças e Conflitos Armados, Leila Zerrougui advertiu que a crise síria deixará uma geração de crianças sem a educação básica e cheias de ódio.
Em outro sentido, o secretario de Estado norte-americano classificou o confronto entre as forças armadas oficiais e os paramilitares de “cruel repressão” do governo contra o que seriam “ativistas”, e chamou a ação das autoridades de “brutalidade”, em um comunicado emitido nesta terça.
Os Estados Unidos e outros países que têm apoiado os grupos armados desde o início dos confrontos violentos continuam acusando o Exército sírio enquanto omitem completamente de suas declarações os crimes de guerra cometidos pelos paramilitares, com o seu auxílio.
Embora o governo sírio viesse se afirmando comprometido com um diálogo político e nacional com a oposição, o apoio externo aos grupos armados, inclusive autores de atos extremos de terrorismo, garantiu a continuidade da violência e a postergação da Conferência Internacional sobre a Síria, para as negociações do fim do conflito.
Ainda assim, os aliados do grupo que afirma representar a oposição, o Ocidente e alguns vizinhos sírios (como a Arábia Saudita e a Turquia) têm insistido na destituição do presidente Bashar Al-Assad como forma de transição, enquanto o governo enfatiza o direito do povo de escolher o futuro do seu país e a urgência do combate ao terrorismo, sustentado desde o exterior.
Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV