Chancelaria russa insta oposição da Ucrânia a cessar ameaças
A Rússia pediu, nesta segunda-feira (3), que a oposição da Ucrânia pare de fazer ameaças e ultimatos ao governo, para que o país saia da crise política em que mergulhou nos últimos meses, e que resultou na demissão do primeiro-ministro Mykola (Nicolai) Azarov, na semana passada. Em nota, a diplomacia russa diz-se “perplexa” com os apelos dos líderes da oposição direitista, que incentivam a população a manter protestos em prédios públicos e sedes da administração, apesar da violência.
Publicado 03/02/2014 12:22
Para o governo russo, os apelos da oposição, que incita a continuidade das manifestações que tomaram dimensões violentas, contrariam declarações de fidelidade à democracia e aos valores europeus, reafirmados na Conferência de Munique sobre Segurança, da última sexta-feira (31/1) até domingo (2). A questão ucraniana foi um dos principais temas do encontro.
“Esperamos que a oposição na Ucrânia renuncie às ameaças e aos ultimatos e intensifique o diálogo com as autoridades para que o país possa sair da crise profunda mantendo-se no quadro constitucional”, informou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, em comunicado.
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“A Rússia está muito preocupada com a aspiração das forças da oposição ucraniana a fazer com que a situação se deteriore ainda mais”, afirma o documento.
Os protestos na Ucrânia começaram no final de 2013 e foram intensificados com a adoção de medidas rígidas do governo para conter as manifestações, em meados de janeiro. Essas medidas foram criticadas pela comunidade internacional e a pressão, tanto interna quanto externa, fez com que o governo recuasse.
Entretanto, a violência da atuação da direita opositora tem soado o alarme na Ucrânia e na região, com o posicionamento fascista de ataque ao governo e às relações com a Rússia, que os partidos de oposição alegam ser mantidas às custas da inserção do país na União Europeia.
No último final de semana, como forma de conter a crise, além de suspender as regras mais rígidas contrárias aos manifestantes, o governo anunciou a concessão de anistia aos envolvidos, desde que deixassem os prédios do governo na capital, Kiev, e em outras cidades, o que foi respondido negativamente pela oposição, que alegou que “condicionar” a anistia não seria algo aceitável.
Um dos líderes da oposição, Vitaly Klitschko, do Partido da Pátria, de direita, informou que foi entregue ao Parlamento um projeto de lei que exclui a possibilidade os manifestantes sofrerem processos judiciais. "A lei foi feita para prevenir o processo e a punição de pessoas relacionadas a eventos que ocorreram durante manifestações pacíficas", disse. De acordo com Klitschko, a lei não seria válida para pessoas que cometeram crimes graves.
As negociações propostas pelo governo ucraniano são sistematicamente minadas pela oposição, e a Rússia tem condenado a posição europeia partidária da oposição, o que chamou de “ingerência” nos assuntos ucranianos.
Da redação do Vermelho,
Com informações das agências