Colégio bilíngue terá currículo em espanhol na rede pública
O Colégio Estadual Hispano-Brasileiro João Cabral de Melo Neto foi inaugurado nesta sexta-feira (31) no Méier, zona norte do Rio de Janeiro. No local, os 106 matriculados vão fazer os três anos de ensino médio em uma escola bilíngue da rede pública em que as aulas são dadas em português e espanhol. O horário é integral e vai das 7h às 17h.
Publicado 01/02/2014 09:45
“Nós queríamos resgatar aquele conceito do Ciep [Centro Integrado de Educação Pública, projeto educacional elaborado pelo antropólogo Darcy Ribeiro inaugurado no Rio de Janeiro, no governo Leonel Brizola, em 1983] de horário integral ”, explicou o secretário de Estado de Educação, Wilson Risolia.
Como as vagas são limitadas, os alunos precisaram passar por uma prova, classificada pelo secretário, como uma espécie de “vestibulinho”. Primeiro foi publicado um edital e logo foram feitas após a inscrição dos jovens. No processo seletivo, 95% das vagas são destinadas aos estudantes que já são da rede pública.
“Não é uma cota, é uma justiça”, disse, informando ainda que no ano que vem haverá mais um grupo de 106 alunos para compor a segunda geração da escola, que teve um custo de R$ 1,6 milhão, incluindo as obras e a compra, em dezembro de 2013, do prédio que pertencia a uma escola particular.
Durante o turno da manhã, o aluno estuda com 90% do currículo em português e o restante em espanhol e, no turno da tarde, a situação se inverte. O secretário explicou que o modelo foi criado para atender à matriz curricular definida pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e para que os alunos também possam participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Luiz, filho do poeta João Cabral de Melo Neto, estava presente na inauguração. Para ele, é fascinante ver uma escola deste porte com o nome do pai. “Garanto que, onde ele estiver, estará feliz por ter sido lembrado em um momento como esse e, para mim, é emocionante”, disse.
Para Christovam de Chevalier, filho da jornalista Scarlet Moon de Chevalier, morta em junho do ano passado, a cerimônia também representou uma emoção. Ele e as irmãs Gabriela e Theodora doaram para a biblioteca do colégio mil livros que faziam parte do acervo da jornalista. Com a doação, a escola prestou uma homenagem à jornalista dando nome dela à sala.
Ainda em 2015 está prevista a inauguração de uma escola bilíngue português e mandarim. Os entendimentos com o governo chinês estão adiantados.
Com informações da Agência Brasil