Dilma fala sobre importância da Copa para o Brasil
A presidenta da República, Dilma Rousseff, falou nesta terça-feira (28.01), em entrevista coletiva em Havana, Cuba, onde participa da 2ª Cúpula da Comunidade dos Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), sobre a importância da realização da Copa do Mundo no Brasil. Segundo Dilma, o Mundial traz benefícios em infraestrutura e por ser um dos maiores eventos culturais do mundo.
Publicado 29/01/2014 16:12
“É uma visão pequena não perceber a importância da Copa para o povo brasileiro e para o país. Não só porque nós gostamos, mas porque a Copa do Mundo é um dos eventos culturais mais importantes em nosso país. Ela mobiliza todas as classes”, afirmou a presidenta.
“O Brasil é um país que tomou uma série de medidas para essa Copa. É fato que investimos em estádios. São 12. E eu perguntei recentemente ao presidente da Fifa (Joseph Blatter) quantos estádios foram feitos em outros países. É similar ao nosso esforço. Mas não é esse o nosso principal investimento”, disse, acrescentando que “o principal investimento está em todas as estruturas de aeroportos, em todas as estruturas de portos. Em todas as obras, que são muito maiores que a Copa, de mobilidade urbana”, explicou.
Dilma lembrou o investimento de R$143 bilhões em mobilidade urbana no país como um todo, independentemente da Copa, e que nove estados vão ter sistemas de metrô, com 600 km sobre trilhos.
Ela defendeu que manifestações de qualquer ordem ocorram sem violência e condenou atos de vandalismo. “O Brasil tem uma maturidade democrática. Isso ninguém tira de nós. Pode olhar que poucos países do mundo tiveram a atitude com as manifestações do ano passado como tivemos. Nós não fomos para a repressão, escutamos as vozes da rua e tomamos medidas”.
No entanto, ela disse que “o governo é contra atos de vandalismo, de violência contra pessoas, contra o patrimônio público e contra o patrimônio privado. Isso é inadmissível. Nenhum governo e nenhuma sociedade democrática e civilizada aceita que o vandalismo e a violência gratuita ocorram sob que forma for, sob que alegação for. Não é possível que isso ocorra”.
Temas sociais
Dilma Rousseff falou também sobre os temas sociais que ganharão reforço com a realização do Mundial no país. "Além de querermos a Copa, queremos um tema para a Copa. O Brasil é um país pacífico. A nossa Copa vai ter que falar de paz. Vai ter que transmitir isso. É um momento de paz. O Brasil é um país em que mais de 50% da população se declarou negra, com honra, nesse último censo de 2010. Então, vai ter de ser uma Copa antirracista. E, no Brasil, as mulheres jogam futebol. A Marta é nosso símbolo. Nossa variante de Pelé do lado do futebol feminino”.
Para a presidenta, essas são as três coisas que nortearão a realização dos jogos da Copa do Mundo no Brasil: paz, antirracismo e afirmação do futebol feminino e da questão de gênero. “Essas três questões acertei com Ban Ki Moon (secretário-geral da ONU) e tenho de agradecer ao Joseph Blatter (presidente da FIFA, com quem Dilma esteve na última semana). É algo que transcende. Não é só o governo brasileiro, não é só a ONU, não é só a Fifa. Somos nós todos congregados em torno disso", afirmou.
A presidenta reforçou a relação histórica e de intimidade que o país tem com o futebol. "Nós somos a casa do futebol. Ninguém pode negar esse fato. Temos cinco Copas, nunca deixamos de ir. É claro que o futebol nasceu lá na Inglaterra. Tudo bem, nasceu lá. Mas cresceu e se desenvolveu no Brasil”.
E elogiou os craques do futebol brasileiros, os torcedores e os dois técnicos campeões do mundo, em referência aos atuais comandantes da Seleção Brasileira: Luiz Felipe Scolari, campeão do mundo em 2002, e Carlos Alberto Parreira, técnico no título de 1994.
Fonte: Blog do Planalto