Correa na Celac: "Liberdade é para o povo e não para o capital"
O presidente equatoriano, Rafael Correa, questionou nesta terça-feira (28) a forma como a liberdade de expressão é facilmente manipulada por grandes empresas na América Latina. Em sua intervenção na 2ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), que acontece me Cuba, o chefe de Estado sugeriu ainda a criação de um sistema interamericano de direitos humanos na região, sem a presença de poderes hegemônicos.
Publicado 29/01/2014 10:48
Para Correa, a liberdade de expressão na América Latina vem sido confundido com os direitos empresariais e, por isso, pediu que os governos garantam que essa liberdade seja exercita para o povo e não para o capital. O mandatário parafraseou o comandante da Revolução Cubana, Fidel castro e disse que “desde que se inventou a imprensa, a liberdade de imprensa não é nada além da vontade do dono do meio de comunicação”.
Segundo ele, “vemos cotidianamente que as expressões colonialistas não desapareceram”, o que é resultado do ”império do capital e uma de suas extensões: os monopólios da comunicação que pretendem impor suas visões e interesses, uma ordem mundial injusta”.
O presidente afirmou ainda que “uma coisa é o ser humano em função do capital e outra coisa é o capital em função do ser humano”.
Sistema latino-americano de direitos humanos
Em outro momento do discurso, Correa questionou instancias como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que de acordo com ele rompem seus próprios princípios e manipulam suas decisões. Sendo assim, ele sugeriu a criação de um projeto latino-americano de direitos humanos, com uma nova visão e sem que qualquer país possa atentar contra o mesmo.
Para o mandatário equatoriano, o atual sistema tem muitas inconsistências, como é o caso da OEA, que permite o bloqueio a Cuba e, com isso, viola a carta fundamental e o próprio direito internacional. “É preciso fazer da América Latina e do Caribe uma região de homens e mulheres livres”, disse. Da mesma maneira, colocou em questão o estabelecimento da CIDH, que tem sua sede em um país que não cumpre com o pacto de San José.
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“Espero que a Celac substitua a OEA. Temos que aprender a dialogar e ter consensos mínimos. Tolerância zero ao neocolonialismo, esse é um consenso mínimo”, afirmou ele, que reiterou que “a paz não é só a ausência de guerra, a paz é também justiça com igualdade”.
Correa terminou seu pronunciamento citando Eloy Afaro: “como disse o compatriota equatoriano, nada para nós, tudo para vocês, povos, dignos de ser livres”.
Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações da Telesur