Paulistanos repudiam ação truculenta da polícia na cracolândia

Um ato em repúdio à ação da polícia civil na tarde desta quinta-feira (23), na região conhecida como cracolândia, na Luz, centro da capital paulista, está sendo chamado via Facebook.

A concentração deve ocorrer a partir das 15h desta sexta-feira (24), na frente da Secretaria Estadual de Segurança Pública, na rua Líbero Badaró. Até o fechamento desta matéria, cerca 1,9 mil pessoas já haviam confirmado presença. Mais de 54 mil haviam sido convidadas.

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Na descrição do evento, o organizador afirma que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) "resolveu boicotar o projeto do prefeito de ação na cracolândia".

O organizador do evento, classifica a ação da polícia como “sórdida, suja e baixa”, e afirma que a ideia do governador é “de invadir os hotéis onde se hospedaram os usuários atendidos pelo programa municipal”.

Sem comunicar a prefeitura de São Paulo, a Polícia Civil foi à região do centro da capital conhecida como “cracolândia” reprimir dependentes químicos justamente no momento em que a gestão municipal de Fernando Haddad (PT) realiza um programa social com essa população. Agentes do Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico (Denarc) acuaram pessoas que estavam na Rua Barão de Piracicaba.

A operação foi realizada pouco mais de uma semana depois do início do Programa Braços Abertos, da administração Haddad, que buscava alterar o paradigma com que se enxergam os dependentes que residem na cracolândia. Haddad classificou a ação como lamentável. Ele ainda afirmou que o programa está mantido e que comunicou ao governador sua indignação.

Para o secretário da Coordenação das Subprefeituras, Chico Macena, a ação pode comprometer o programa, cujo sucesso até agora foi conquistado graças ao diálogo e a confiança obtidos junto a usuários de drogas que frequentam a região.
A operação era bem avaliada pela gestão Haddad, que esperava mais dificuldades do que as surgidas até agora, e diariamente os secretários responsáveis pelo trabalho têm feito vistorias.

A primeira fase da operação consistiu na desmontagem dos barracos usados como moradia nas ruas Dino Bueno e Helvétia. Em seguida os moradores foram encaminhados a hotéis alugados pela prefeitura naquela região.

Fonte: Rede Brasil Atual