Coreia Popular: Exercício de guerra e ameaça nuclear devem acabar
Nesta quinta-feira (23), a agência oficial de notícias da República Popular Democrática da Coreia (RPDC) deu ênfase às recentes declarações feitas pelo governo popular norte-coreano, que instam as autoridades da Coreia do Sul a suspenderem os exercícios militares conjuntos com os EUA em prol da reaproximação intercoreana.
Publicado 24/01/2014 09:04
“Esta história trágica e ignominiosa, iniciada já desde que o país foi libertado do colonialismo, deve-se totalmente às forças estrangeiras,” diz a carta, divulgada pela Embaixada da RPDC nesta sexta-feira (24).
O texto afirma a “firme decisão” do governo norte-coreano em “dar um ponto final à história de decisão territorial e separação nacional”, com propostas de reaproximação apresentadas na mensagem de Ano Novo do presidente Kim Jong-Un.
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A Korean Central News Agency (KCNA), agência oficial de notícias norte-coreana, deu ênfase aos chamados reiterados nas últimas semanas pelo presidente para o diálogo intercoreano em detrimento das ações militares, que representam uma ameaça para a Coreia do Norte.
Em seu discurso pelo Ano Novo Lunar – que acontece em 31 de janeiro, neste ano – o líder da Coreia Popular instou todos os coreanos, no norte e no sul, a lutarem pela segurança e pela paz nacional, para fazer um novo progresso pelo movimento de reunificação, de acordo com declarações feitas assinadas ainda na década de 1990.
Separadas após a Segunda Guerra Mundial, com ondas de embate que culminaram, por exemplo, na Guerra da Coreia (1950-1953), a Península Coreana é palco frequente de picos de tensão, sobretudo nos momentos que antecedem os exercícios militares conjuntos da Coreia do Sul e dos Estados Unidos.
Os próximos exercícios, Key Resolve e Foal Eagle – com o envio massivo de armas nucleares para a Península Coreana e para a sua vizinhança – estão previstos para acontecer em fevereiro, pelo que a Coreia Popular tem instado o sul a optar pela aproximação, em detrimento da ameaça.
A Comissão Nacional de Defesa da RPDC propôs às autoridades sul-coreanas que tomem medidas práticas em prol de uma atmosfera favorável para a melhora das relações bilaterais, para afastar a tensão militar e o perigo de guerra.
“Paz é tudo o que os membros da nação coreana têm desejado há muito. Todos eles querem paz, não a guerra, e a coexistência e interesses comuns do norte e do sul, não a divisão ou a confrontação,” diz a matéria da KCNA, citando as declarações de Kim Jong-Un.
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A mensagem do presidente, segundo a carta aberta enviada à Coreia do sul, “traduz igualmente a aspiração e a demanda de todos os compatriotas que desejam a reunificação independente, a paz e a prosperidade do país. Lamentavelmente, não foram mudadas até agora a atitude injusta e a posição negativa das autoridades sul-coreanas ante a nossa proposta.”
Ainda assim, ressalta a carta, “a RPDC já entrou unilateralmente na via de suspender todas as formas de provocação e censura à contraparte,” pelo que insta novamente a Coreia do Sul a cessar totalmente as “ações militares hostis que constituem o maior obstáculo [à reaproximação], que engendra a desconfiança e o enfrentamento.”
A matéria da KCNA enfatiza que “a nação coreana sofreu desastres indescritíveis da Guerra Coreana de 1950-1953, imposta pelos imperialistas dos Estados Unidos, e tem estado em constante risco de guerra há décadas. (…) A paz é um pré-requisito indispensável para a existência e o desenvolvimento da nação coreana, e os exercícios de guerra são um fator principal que ameaça a sua existência.”
Já a carta aberta enviada pelo governo da Coreia Popular garante que a desnuclearização da Península é “a meta comum que deve ser alcançada com as forças unidas de todos os coreanos.” E enfatiza: “Os sul-coreanos não devem duvidar ou confundir, nem rechaçar a nossa proposta importante e sincera” de melhoria das relações.
O documento pede medidas conjuntas “realistas para prevenir, com as forças unidas da nação, os desastres nucleares que podem surpreender a nossa nação a qualquer momento,” e reafirma: “As autoridades sul-coreanas não devem abrigar sequer a menor dúvida da vontade da RPDC de desnuclearizar a Península Coreana.”
Da redação do Vermelho,
Com informações da KCNA