Embaixador chinês manifesta otimismo sobre relações com Brasil
A Rádio China Internacional informou nesta terça-feira (21) sobre entrevista do embaixador da China no Brasil, Li Jinzhang, na qual assegurou que 2014 será um ano cheio de oportunidades para o relacionamento entre a China e o Brasil.
Publicado 23/01/2014 04:56
Na retrospectiva, o embaixador recordou que no ano passado foram comemorados os 20 anos do estabelecimento da parceria de cooperação estratégica e foi também iniciado o plano de cooperação de 10 anos entre os dois países.
"Ao olhar para trás, vejo que as nossas relações bilaterais obtiveram um avanço significativo que se reflete em três aspetos: aprofundamento da confiança política para um alto nível, encontro de mais interesses comuns e reforço dos intercâmbios pessoais."
Li Jinzhang apontou que os contatos de alto nível entre os dirigentes estão cada vez mais estreitos, como demonstraram o encontro entre o presidente chinês Xi Jinping e a presidenta brasileira Dilma Rousseff, durante a cúpula do Brics, na África do Sul, a visita do vice-presidente Michel Temer à China em novembro, bem como as trocas de opinião em vários encontros multilaterais. Estas comunicações efetivas demonstram que existe uma relação completamente estratégica entre os dois Estados. O diplomata enfatizou a ampliação dos interesses comuns.
"A cooperação pragmática nos campos da economia, comércio, finanças e investimento atingiram um novo patamar. Tomo como exemplo o setor comercial. Em 2013, o volume das exportações e importações entre a China e o Brasil totalizou 90 bilhões de dólares. O Brasil ultrapassou a Rússia, tornando-se o nono maior parceiro comercial da China, enquanto que a China se manteve como o maior parceiro comercial do Brasil. O sinal positivo é que as relações comerciais apresentam uma maior diversidade."
Além disso, a cooperação nas áreas de agricultura, tecnologia espacial, infraestruturas, telecomunicações e novas energias tiveram um maior relevo. A realização do mês cultural impulsionou o conhecimento mútuo entre ambos os povos. Graças ao projeto "Ciência sem fronteiras", o Brasil enviou 241 estudantes para a China para fazer intercâmbios nas áreas da ciência e tecnologia. A China, por seu lado, inaugurou sete Institutos Confúcio no Brasil.
Quanto às expetativas para 2014, o embaixador encara positivamente o desenvolvimento das relações sino-brasileiras.
"A convite da presidente Dilma Rousseff, o presidente chinês visitará este ano o Brasil. A viagem constitui um evento de grande importância para o desenvolvimento das relações bilaterais. Acredito que a reunião estimulará uma nova dinâmica nas cooperações pragmáticas em várias áreas. Este ano ficará ainda marcado pelo 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre a China e o Brasil, o que permitirá uma boa atmosfera política, econômica e social para ambos reforçarem a parceria. Por fim, o governo chinês já iniciou o processo de aprofundamento das reformas, em que deu prioridade à parte econômica. Os avanços criam mais espaço para a cooperação."
Não apenas o governo chinês, como também as empresas privadas se focam no Brasil, onde estão a abrir escritórios de representação, a fim de participar de forma ativa nas licitações de projetos de ferrovias, hidrelétricas e petróleo. Apesar dos resultados positivos, existem ainda desafios e dificuldades, tais como o sistema tributário e o combate às atividades ilegais. Perante esta situação, os dois governos se esforçam em conjunto para chegar a um consenso.
Com Rádio China Internacional