Crise mundial resulta em desconfiança aguda no setor bancário
Com a imagem dos bancos no seu patamar mais baixo, a indústria é atualmente vista com os mesmos níveis de negatividade que o crime organizado, o terrorismo e a ditadura, de acordo com uma nova pesquisa do observatório Media Tenor Internacional, que analisa a cobertura midiática do assunto.
Publicado 23/01/2014 16:04
Este nível de negatividade é inédito nos 20 anos de pesquisa da organização, em todas as indústrias, e posiciona os bancos como atores que oferecem mais riscos sociais do que o poder nuclear ou o tabaco, o que aumenta a pressão sobre os órgãos regulatórios e os bancos centrais.
A pesquisa, divulgada nesta semana no Fórum Econômico Mundial, que terminou no sábado (25) em Davos, na Suíça, ressalta os riscos críticos enfrentados pelos bancos para manter suas licenças para operar, enquanto também sublinha os riscos para a sociedade derivados da desconfiança no setor bancário.
A erosão da confiança levanta questões sobre como os bancos podem manter suas relações atuais com os clientes e atrair novos negócios com suas operações básicas sob ataque na mídia, enquanto também sugere uma plataforma clara para políticos em todo o mundo.
“Cinco anos da crise financeira global, os bancos fizeram pouco progresso para restaurar a confiança dos clientes e dos governos,” diz Roland Schatz, presidente e fundador do Media Tenor.
“Este é um fenômeno comum a múltiplos meios de comunicação e tem repercussões globais muito além da performance financeira da indústria,” continuou Schatz, ressaltando a abrangência dos efeitos da falta de confiança da sociedade sobre as instituições bancárias.
Nos últimos cinco anos, o setor bancário privado e as instituições financeiras têm sido revelados como os principais responsáveis, mas também os mais protegidos durante a crise. A população dos países mais afetados, como os do sul da Europa e dos EUA, denunciam o empobrecimento e políticas de arrocho gravíssimas, ao mesmo tempo em que assistem os seus governos garantirem resgates bilionários aos bancos.
O quinto relatório anual do Media Tenor sobre a erosão da confiança examina 465.574 relatos de 20 programas de notícias internacionais desde 2003 até 2013, assim como dezenas de milhares de informes sobre a mídia corporativa em todo o mundo.
Da redação do Vermelho,
Com informações do Media Tenor.