Começa Davos; “alquimistas” do capitalismo não solucionarão crise

O Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça, começou nesta quarta-feira (22) com avaliações cautelosas sobre a recuperação das economias europeia e norte-americana. O tema do encontro deste ano em Davos é “O Remodelamento do Mundo: Consequências para a Sociedade, a Política e os Negócios”.

Estima-se que, aproximadamente, 2,5 mil pessoas de mais de 100 países participem. Entre os palestrantes estão o fundador da Microsoft, Bill Gates; o cientista político norte-americano Ian Bremmer; o banqueiro, empresário e ex-ministro do Comércio da Indonésia Gita Wirjawan; o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto; e o economista norte-americano Nouriel Roubini.

A participação de líderes mundiais e chefes de Estado é esperada para ocorrer entre sexta-feira (24) e sábado (25), quando termina o encontro. A presidenta Dilma Rousseff irá discursar na sexta-feira. É sua primeira participação no Fórum Econômico Mundial. O evento reúne líderes mundiais, empresários, intelectuais e jornalistas para discutir a situação da economia global.
Segundo o economista Axel A. Weber, dois eventos em 2014 podem provocar instabilidade no cenário econômico e financeiro mundial: a eleição de políticos europeus mais céticos em relação ao bloco econômico e o desempenho dos bancos da Europa – o que foi, inclusive, citado em um texto da diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, divulgado nesta quarta.

Em novembro do ano passado o Partido Comunista do Brasil realizou seu 13º Congresso, um de cujos temas foi a crise econômica e financeira mundial. Para os comunistas brasileiros, a crise do capitalismo acelera tendências que já vinham se delineando na economia mundial, e demonstra que o parasitismo e a lei do desenvolvimento desigual são traços fundamentais do imperialismo. A atual crise expõe as debilidades estruturais da economia dos principais países capitalistas, que os alquimistas de Davos não conseguirão solucionar.

São os trabalhadores e os povos que pagam o mais elevado preço pela crise. Os direitos sociais são sistematicamente golpeados, reduz-se o poder de compra dos assalariados, deterioram-se os serviços públicos, aumenta o desemprego. Intensifica-se a exploração dos trabalhadores. A marca de classe da atual crise é a brutal exploração capitalista sobre o trabalho.

A oligarquia financeira e os governos que a ela servem no mundo buscam repassar todas as suas consequências para os trabalhadores. A grande crise, longe de amainar, espraiou-se especialmente nos países chamados centrais, numa enorme devastação social, atingindo duramente as condições de vida dos povos desses países e destruindo parcialmente forças produtivas. Na maioria dos países capitalistas há uma violenta regressão social e perda de conquistas civilizacionais, em vários aspectos. O quadro é de uma intensa luta de classes. Os trabalhadores lutam e resistem à ofensiva sobre seus direitos e se somam às forças progressistas nas lutas anticapitalistas e anti-imperialistas. É um cenário que o Fórum de Davos não vai mudar.

Da redação do Vermelho