UJS: Os rolezinhos se espalham pelo Brasil

Um garoto educado, que nos esperou em um mercadinho do bairro e nos levou até a sua casa, onde fomos recebidos, por sua tia e alguns amigos de Vinicius. A família está estupefata com toda essa repercussão da mídia. Ficou claro: são pessoas do bem, adolescentes que querem se divertir, “trombar as menininhas” no shopping e mais nada.

“Quando começamos a marcar esses “rolezinhos” no shopping ouvimos muito: vocês estão criando problema, escolhem um shopping para fazer arrastão. Então eu disse, faz o seguinte: vamos parar com esses shoppings e vamos começar a ir ao parque, lá vai ter o que para pegar? Vamos pegar as árvores, colocar nas costas e levar embora?”, conta o garoto sorrindo.

O “rolezinho” começou por uma brincadeira de Vinicius e seus amigos que começaram a produzir vídeos com piadas sobre relacionamento. Quando publicados nas redes sociais, esses vídeos geraram milhares de visualizações e por consequência muitos fãs, principalmente do sexo feminino, então… Obviamente, eles decidiram organizar um “encontro de fãs”. O primeiro desses, segundo eles, contou com a presença de mil meninas.

“Alguns parceiros nossos, que não são tão conhecidos assim, queriam participar. Resolvemos fazer um encontro pra todo mundo, porque aqui ninguém é melhor que ninguém. Humildade é o nosso lema”. Foi assim que surgiu o “rolezinho” no shopping.

Os jovens também falaram sobre a falta de opções de lazer na periferia e a ação truculenta em um dos encontros no Shopping Itaquera.

“Violência foi pouco. Até contra as meninas… Tapa na cara, cassetetes e xingamentos. Quem passava, tomava e ouvia: vai sua piranha!” conta.

Uma onda de atos em apoio aos “rolezinhos” atingiu os shoppings de luxo do Rio e Porto Alegre na tarde do último domingo (19). A União da Juventude Socialista esteve presente em um dos centros comerciais mais luxuosos da capital Gaúcha, o Moinhos Shopping. O movimento teve uma grande repercussão na mídia, “O Zero Hora”, principal jornal da região, e a “Folha de S. Paulo” abordaram o “rolezinho” da UJS, que foi marcado pela alegria, com a galera cantando e sem nenhum tumulto.

Em Salvador o rolezinho foi marcado para o Shopping Barra, segundo informações do jornal “A Tarde” o evento contava com 528 confirmações via facebook até a noite da última sexta-feira.

Para Maria Hortência Pinheiro, 22, uma das organizadoras do rolezinho baiano e que também integra a UJS as manifestações de Junho e os rolezinhos “são dois movimentos totalmente distintos. Quem hoje condena o rolezinho, estava na rua em Junho. A burguesia também estava se manifestando”, disse Maria.

Esse fenômeno social, segundo a apuração da redação da UJS, é um encontro de jovens marcado pelas redes sociais, principalmente via Facebook. Milhares de adolescentes combinam uma data para ir ao shopping e a principal motivação dessa garotada é curtir, paquerar, estar com os amigos e viver as coisas normais dessa faixa etária (independente da classe social).

Todo esse movimento começa na rede (principal responsável pela mecânica da coisa) e o sucesso de adesão desses jovens depende da figura de um “ídolo”, meninos e meninas cujos perfis na rede social têm milhares de seguidores.

Fonte: Portal UJS