Evento na UFBA celebra Dia de Combate a Intolerância Religiosa
Uma celebração ecumênica na manhã desta terça-feira (21/01), a partir das 9h, na Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), no Canela, em Salvador, marcará a passagem do Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, Lei 11.635/07, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA). O encontro reunirá líderes religiosos dos mais diversos segmentos, em defesa da paz e da boa convivência religiosa.
Publicado 20/01/2014 17:10 | Editado 04/03/2020 16:15
Com o tema “Basta de Intolerância, diga sim à convivência pacífica entre as religiões”, o evento também vai comemorar os 10 anos de vigência da Lei 6.464/04, que criou o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa em Salvador, de autoria da então vereadora Olívia Santana (PCdoB).
O ato, que também terá caráter cultural, contará com a presença de corais e performances de diferentes grupos religiosos, além das apresentações das cantoras Margareth Menezes, Márcia Short e Carla Visi, e do cantor Gerônimo.
Durante a celebração, a Fundação Cultural Palmares e a Fundação Gregório de Mattos assinarão o protocolo de intenções para instalação do Busto em Homenagem a Mãe Gilda, no bairro de Itapuã. A ialorixá faleceu após uma situação de intolerância e violência, dando origem a esta data.
O evento é organizado pela Unegro, Coletivo de Entidades Negras (CEN), bloco afro Reconvexo, Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup), pelo mandato do deputado federal Daniel Almeida e a ex-vereadora Olívia Santana. Além disso, a iniciativa conta com o apoio da Fundação Cultural Palmares, das secretarias estaduais de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre), e da UFBA.
Implantação da Lei
Criada em 2007, a Lei 11.635/07, que institui o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, foi sancionada pelo então presidente Lula e é inspirada na lei municipal de autoria da ex-vereadora de Salvador Olívia Santana.
Para Daniel Almeida, a sociedade ainda vivencia muitos conflitos em função dos diferentes pensamentos religiosos, mas a tradição do Brasil é de uma boa convivência étnica, religiosa e cultural. Segundo ele, a data tem o objetivo de estimular a cultura de paz entre as religiões.
“O dia 21 de janeiro foi instituído como o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa para que a gente celebre a convivência harmônica e fortaleça essa relação entre as diferentes religiões. Além disso, a data serve para condenar atitudes e atos que estejam em direção contrária a essa harmonia”, declara.
Mãe Gilda
A data marca a passagem da morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. A líder religiosa passou por uma série de complicações após ter sido tratada como “charlatã” e “macumbeira” em uma matéria do jornal Folha Universal da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1999, vindo a falecer no ano seguinte.
Após o ocorrido, a família da vítima encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro