Unegro realiza ato de promoção e respeito à diversidade religiosa
Para marcar a passagem dos 10 anos de vigência da Lei 6.464/04, que criou o Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa em Salvador, de autoria da então vereadora Olívia Santana (PCdoB), a União de Negros pela Igualdade (Unegro) realizará no dia 21 de janeiro, um Ato Cultural de Celebração com o tema “Basta de Intolerância, diga sim à convivência pacífica entre as religiões!”. O evento tem início às 9h, no Salão Nobre da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA), bairro do Canela.
Publicado 17/01/2014 11:54 | Editado 04/03/2020 16:15
Realizado em parceria com o Coletivo de Entidades Negras (CEN), com o bloco afro Reconvexo e o Centro de Educação e Cultura Popular (Cecup), o evento tem como objetivos celebrar a data, promover a cultura do respeito à diversidade religiosa e fazer valer o direito constitucional de liberdade de culto. O ato conta com o apoio da Fundação Cultural Palmares, das secretarias de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia (Setre), além da UFBA.
Durante o Ato Cultural, a Fundação Cultural Palmares e a Fundação Gregório de Mattos assinarão o protocolo de intenções para instalação do Busto em Homenagem a Mãe Gilda. A atividade reunirá diversos segmentos religiosos em defesa da paz e da boa convivência entre as diferentes religiões. O evento contará ainda com apresentações de índios Pataxós do Sul da Bahia, de corais e performances de diferentes religiões, além das cantoras Margareth Menezes, Márcia Short e Carla Visi, e o cantor Gerônimo.
Histórico
O Dia Municipal de Combate à Intolerância Religiosa, instituído no ano de 2004, serviu de inspiração para a Lei 11.635/07, de autoria do deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA). Após sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o 21 de janeiro passou a ser o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa e a data foi incluída no Calendário Cívico da União para efeitos de comemoração oficial.
A data marca a passagem da morte da yalorixá Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. A líder religiosa passou por uma série de complicações após ter sido atacada pelo jornal Folha Universal da Igreja Universal do Reino de Deus, em 1999, vindo a falecer no ano seguinte.
Na matéria, a yalorixá foi tratada como “charlatã” e “macumbeira”. Após o ocorrido, a família da vítima encampou uma luta jurídica em busca de punição para os culpados, obtendo êxitos e enfrentando alguns revezes, como a redução do valor inicialmente fixado para a indenização. O caso se tornou um emblema da luta contra a intolerância religiosa.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro
Com agências