Álcool mata 80 mil por ano nas Américas, alerta OMS
Cerca de 80 mil mortes por ano nas Américas poderiam ser evitadas se não houvesse consumo de álcool, de acordo com estudo da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) que aparece na edição atual da revista científica Addiction.
Publicado 16/01/2014 16:05
O estudo da assessora da OPAS/OMS de informação e análises de saúde, Vilma Gawryszewski, e da assessora sênior em abuso de substâncias e álcool, Maristela Monteiro, se concentrou nos padrões de mortes relacionadas com o álcool entre 2007 e 2009 em 16 países. As autoras examinaram dados somente dos casos em o álcool foi especificamente mencionado – como doenças do fígado vinculadas ao álcool e distúrbios mentais e de conduta por causa do consumo de álcool.
Elas descobriram que o álcool foi a causa “necessária” – que a morte não teria ocorrido sem a ingestão de bebida – numa média de 79.456 casos por ano.
Segundo as autoras, isso representa apenas “a ponta do iceberg de um problemas mais amplo”, já que o álcool está relacionado com uma ampla gama de doenças e condições, incluindo doenças cardíacas e cerebrais vasculares, ferimentos com armas de fogo, suicídios e até alguns tipos de câncer.
A pesquisa mostra uma grande variação no número de mortes de acordo com os países. A maior taxa é de El Salvador (cerca de 27,4 a cada 100 mil mortes anuais), Guatemala (22,3), Nicarágua (21,3), México (17,8) e Brasil (12,2). Na outra ponta estão Colômbia (1,8), Argentina (4), Venezuela (5,5), Canada (5,7) e Costa Rica (5,8). Entretanto, o consumo de álcool é maior nos países com menores taxas de mortalidade.
O risco também varia por idade. No Brasil, Equador e Venezuela, por exemplo, as taxas começam a aumentar na faixa dos 40 a 49 anos, seguem estáveis e depois caem entre os indivíduos com mais de 70.
O documento destaca que mortes relacionadas ao álcool podem ser evitadas com políticas e intervenções que reduzam o consumo, incluindo restrições sobre disponibilidade, aumento de preços por meio de impostos e regulação da propaganda. A região, porém, é “fraca” nas políticas de resposta ao problema.
Fonte: ONU Brasil