Prefeitura de Fortaleza cria escola bilíngue para surdos
O secretário municipal da Educação, Ivo Gomes, e a equipe de Educação Especial da SME receberam representantes da comunidade surda na terça-feira (07/01) para discutir os detalhes da implantação da primeira escola municipal bilíngue para surdos na Capital. A unidade, que é uma iniciativa pioneira em Fortaleza, funcionará em tempo integral a partir de março deste ano.
Publicado 08/01/2014 15:47 | Editado 04/03/2020 16:27
Durante o encontro desta terça-feira, foram apresentados prédios para o funcionamento da unidade educacional (a ser definido em breve) e um grupo de trabalho com técnicos da SME e representantes da comunidade surda foi criado para implantação da escola. A Escola Municipal de Educação Bilíngue Francisco Suderlan Bastos Mota ofertará ensino em tempo integral para aproximadamente 200 alunos nas etapas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental. A instituição irá basear-se numa proposta em que a Língua Brasileira de Sinais (Libras) se constitui como primeira língua e a Língua Portuguesa, em sua modalidade escrita, como segunda.
De acordo com Sueli Farias, gerente da Célula da Educação Especial da SME, essa é uma iniciativa crucial e inovadora em Fortaleza, que ainda não contava com escola municipal bilíngue. “Para essa parcela da população, isso representa uma equiparação de direitos e oportunidades. Parte desses alunos está matriculada nas escolas regulares da rede, mas na escola bilíngue eles vão ter acesso a todo conteúdo em libras e isso vai possibilitar um melhor desempenho na aprendizagem. Outro grande benefício é o fato de a instituição ofertar ensino em tempo integral”, explicou a gerente da Célula da Educação Especial da SME.
Já para Emiliano Aquino, que é pai de uma criança surda e integrará o grupo de trabalho para implantação da escola bilíngue, a instituição mudará a vida de muitos alunos. “Uma escola como essa muda tudo na vida desses estudantes porque eles vão aprender a ler, escrever e contar na idade certa e vão aprender a língua de sinais na mesma faixa etária em que as crianças ouvintes aprendem Português”, afirmou ele.
A primeira candidata deficiente auditiva a concorrer ao título de Miss Brasil, no ano de 2008, Vanessa Vidal, esteve presente na reunião e também integrará o grupo de trabalho. Para ela, a Prefeitura dá um grande passo com essa ação. “A minha expectativa depois dessa reunião é muito positiva. Estou muito feliz e acredito que essa iniciativa será fundamental para vida dessas crianças, principalmente das famílias mais carentes”, concluiu Vanessa Vidal.
Fonte: PMF/Educação