EUA ressalvam participação do Irã na conferência sobre Síria
A República Islâmica do Irã reagiu, nesta segunda-feira (6), contra a ressalva do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, sobre a sua participação na Conferência Internacional de Paz sobre a Síria, chamada “Genebra 2”. A Rússia vem ressaltando a importância da participação persa, como ator regional de relevo, para o avanço das conversações políticas que pretendem finalizar um conflito de quase três anos.
Publicado 06/01/2014 09:54
A porta-voz do Ministério de Relações Exteriores do Irã, Marzieh Afkham reagiu às declarações feitas por Kerry neste domingo (5), sobre a participação do Irã na conferência Genebra 2, assim denominada por ser uma continuação da conferência internacional realizada no início de 2012, na cidade suíça.
Kerry disse que o país pode ter papel construtivo nas reuniões paralelas, durante a conferência, mas ressalvou que considera difícil entender como Teerã seria um “parceiro ministerial”, já que não participou da primeira rodada de conversações. “Agora, eles poderiam contribuir desde as margens?”, indagou Kerry, em declarações à imprensa.
Autoridades também disseram, anteriormente, que o Irã não poderia participar da conferência, programada para o dia 22 de janeiro, porque o governo persa não assinou o quadro “Geneva 1”, no ano passado.
Segundo o enviado da Liga Árabe e da Organização das Nações Unidas (ONU), Lakhdar Brahimi, em declarações dadas em dezembro, a participação iraniana ainda não havia sido decidida devido à “oposição dos EUA”. Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, tem defendido o envolvimento persa; na sexta-feira (3), seu porta-voz, Martin Nesirky, disse que chanceler russo, Sergei Lavrov deve encontrar-se com Kerry para discutir a questão.
A porta-voz da chancelaria persa enfatizou a defesa que seu governo fez, desde o início do conflito na Síria, em março de 2011, sobre a solução política contra a violência, enquanto os EUA defendiam incisivamente a intervenção militar e a remoção do presidente Bashar Al-Assad do governo, uma ingerência inaceitável de “mudança de regime”, em detrimento da promoção do diálogo entre as partes nacionais envolvidas.
“O Irã sempre acolheu soluções que respeitem o direito da nação síria às conversações internas”, disse Marzieh. Além disso, o país reitera a sua disposição para ajudar e colaborar com o fim da crise na Síria, mas “não aceitará propostas que atentem contra a honra da República Islâmica para assistir ao evento”, ressaltou.
A conferência já tem data marcada, mas diversos grupos armados, que compõem a chamada Coalizão Nacional Síria (CNS), alegadamente a representante da oposição paramilitar, disseram que só participariam se o presidente Assad se demitisse do governo. O apoio logístico, bélico, financeiro e político dos Estados Unidos, Reino Unido, França, Arábia Saudita, Catar, Turquia e Israel garantiram aos grupos a permanência na Síria e a manutenção da violência disseminada no país.
Da redação do Vermelho,
Com informações da HispanTV